São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994
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Corrida de 68 faz prova virar evento do turismo

FEDERICO MENGOZZI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em 1957, dois pilotos e 11 espectadores morreram num acidente durante a realização de mais uma Mille Miglia. O fato serviu para que o papa Pio 12 reeditasse o gesto de Mussolini em 1939 e solicitasse a interdição da corrida.
Naquele ano, o piloto inglês Sterling Moss foi o vencedor –no período, a Ferrari acumulou oito vitórias.
Em 1968, o Automóvel Clube da Bréscia e a Alfa Romeo relembraram, com carros da época, a Mille Miglia. Foi a semente para que a prova voltasse com tudo nos anos 80, mas com um caráter diferente, evocativo, um rali de regularidade e, mais que isso, um desfile de carros antigos, fabricados em 1957.
Ao lado dos eventos de Monterey e Laguna Seca, nos Estados Unidos, é atualmente o mais prestigiado acontecimento do "antigomobilismo".
A Mille Miglia começa na próxima quinta-feira e termina no sábado, dia 7. Serão cerca de 250 automóveis, que largarão de uma praça no centro de Bréscia, a partir das 19h.
Antes, os carros serão apresentados um a um, para que o público possa ver preciosidades como Ferraris de US$ 1 milhão (o equivalente a dois apartamentos de cinco quartos em Higienópolis).
O percurso compreende apenas estradas vicinais e segue de Bréscia a Ferrara, na Emiglia-Romagna, onde os pilotos param para o primeiro pernoite.
No dia seguinte a meta é Roma, para mais um pernoite, retornando-se então a Bréscia. É um trajeto de festa para os automaníacos.
No domingo... bem, domingo é dia de descanso e confraternização.
A velocidade, lamentaria Marinetti, já não conta mais. Os pilotos não podem impor uma média maior que aquela recomendada para as estradas e procuram manter um ritmo regular, quase esquecidos de pisar firme o acelerador.
Mas há a compensação de participar de um momento único ao lado de Aston Martins, Auto Unions, Bugattis, Maserattis, Talbots...
Sem contar que pode se estar "a bordo" de uma Mercedes clássica, como Edgard Saigh.

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