São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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PSDB teme prejuízo eleitoral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empenho do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) na defesa do deputado Ricardo Fiuza pode ser um complicador a mais na candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência. Magalhães foi indicado pelo PFL para vice na chapa de FHC.
A atuação de Magalhães repercutiu de forma mais direta no PT e no próprio PSDB. O PT deve usar isso eleitoralmente.
Ontem pela manhã, quando já se admitia a vitória de Fiuza, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou: "Agora eu quero ver como fica o Fernando Henrique com aquele vice dele".
Após o julgamento, Lula disse que a decisão "deixou o povo brasileiro de luto". Na sua opinião, o Congresso "perdeu a grande chance de conquistar credibilidade junto à opinião pública".
Lula afirmou que se houve algum acordo na CCJ entre os partidos para inocentar Fiuza, "o mesmo deve acontecer no plenário".
"Deve estar havendo um grande acordo para evitar que mais caciques sejam punidos", disse.
Reação no PSDB
Um grupo de deputados do PSBD reabriu ontem a discussão da aliança com o PFL. Eles ficaram revoltados com o empenho pessoal de Luís Eduardo Magalhães na defesa de Fiuza.
"Se o acordo entre os partidos já estiver fechado, será uma carga para a imagem do PSDB", afirmou o vice-líder do PSDB na Câmara, José Abrão.
Depois do julgamento de Fiuza, Abrão foi procurado por deputados tucanos que queriam uma reunião para discutir o assunto.
Segundo Abrão, o PSDB vai ter que assumir o prejuízo das críticas que serão feitas pelos adversários durante a campanha eleitoral. "A crítica dos adversários são será de baixo nível, mas real", afirmou.
Magalhães
O deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), relator da CPI do Orçamento, disse sentir-se "impossibilitado" de comentar a decisão.
Magalhães disse ter se desligado da CCJ por achar que "quem investiga não pode julgar" e por isso evita dar opinião.

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