São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994 |
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Philip Morris busca aquisições no país
NELSON BLECHER
Ao desembarcar ontem em São Paulo, procedente de Nova York, o presidente do grupo para a América Latina, negou categoricamente os rumores de que a Kibon está sendo negociada. "A Kibon faz parte de uma estratégia no âmbito do Mercosul para alcançarmos a liderança em sorvetes, 'candies' (confeitos, balas e doces) e chocolates no continente", dsisse Peter Schreer, 52. Para alcançar tal posição, estima, serão necessários investimentos de até US$ 80 milhões. O grupo planeja estratégia de compra ou associação com empresas nacionais. Outra alternativa em estudo prevê que a Lacta passe a fabricar chocolate sob encomenda para a Philip Morris. Mais isso somente ocorreria após a decisão do conflito judicial pendente entre sua subsidiária Suchard (que detém 40% das ações da Lacta) e os controladores da empresa. A Philip Morris assumiu , no final de 1993, a totalidade do controle acionário da Q-Refres-ko. Já havia adquirido, em janeioro, a segunda maior fábrica de sorvetes da argentina. La Montevidiana, além da Gallito, marca líder de chocolates na Costa Rica. Essas transações somaram US$ 150 milhões. O grupo ampliará a capacidade de produção da Suchard argentina para exportar, dentro de um ano, 10 mil toneladas anuais de tabletes, Milka para o mercado brasileiro. Simultaneamente, sorvetes da Kibon abastecerão a filial da argentina. A receita das filiais latino-americanas cresceu em média 35% nos últimos quatro anos, superando a das asiáticas. As vendas de cigarros, alimentos e bebidas no continente representaram 5% do faturamento de US$ 60 bilhões registrado pela Philip Morris em 1993. Desse total, 60% foram procedentes da área de alimentos e bebidas. O restante, de cigarros. O executivo atribuiu os rumores sobre suposta venda da Kibon ao fato de a Kraft norte-americana, também pertecente ao grupo, ter negociado, em 1993, sua operação de sorvetes com a Unilever. em 1993, a Philip Morris do Brasil registrou faturamento de US$ 1,2 bilhões, que gerou lucro líquido de US$ 750 milhões. Apontada como a empresa mais rentável, o faturamento da Kibon cresceu de US$ 130 milhões em 1992 para US$ 150 milhões no período. Mais baratas no topo As marcas de cigarros mais baratas (classe A) passaram a concentrar mais de 40% das vendas do produto no primeiro trimestre, quando houve queda de 6% na comercialização. "É inédita a velocidade com que isso ocorreu, menos de um ano", afirma Paulo Hennig, vice-presidente da Philip Morris do Brasil. O segmento representava menos de 5% das vendas três anos atrás. Segundo Hennig, a indústria reivindica redução de até seis pontos percentuais na carga tributária incidente sobre o produto. Em troca, compromete-se a reduzir em 10% o preço ao consumidor. Caso a proposta não seja aceita, os preços poderão sofrer reajuste de 20% a 30%. Texto Anterior: Fenaqueijo movimenta US$ 20 mi em negócios Índice |
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