São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Cadernetas lideram o ranking em abril

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em abril, o cidadão comum ganhou do empresário no mercado financeiro. A caderneta de poupança foi a melhor alternativa de aplicação.
A poupança registrou rendimento líquido de mais de um ponto percentual sobre o segundo lugar no ranking, o CDB para grandes investidores (46,6998% contra 45,24%).
Dois são os fatores que explicam este comportamento, não usual. A inflação surpreendeu (foi menor do que a esperada) e a caderneta é isenta de impostos.
As demais aplicações são taxadas no resgate sobre o rendimento que supera a variação da Ufir, que ficou em 41,25%.
As alternativas que rendem juros, como os fundos de renda fixa (43,38%), de commodities (44,34%) e DI (44,45%), bateram a inflação medida pela URV (42,60%) ou pelo IGP-M (40,91%).
Não foi o caso das aplicações de risco. Os investidores que preferiram as Bolsas, o ouro e o dólar paralelo amargaram prejuízos.
O paralelo ainda ganhou do IGP-M, com valorização de 42,24%. O ouro subiu 37,45%.
O maior prejuízo de todos foi para os que preferiram as ações. A Bolsa paulista registrou valorização nominal de 12,73%, enquanto a carioca subiu magros 8,93%.
No caso dos investidores na Bolsa paulista, a perda real calculada sobre a URV foi de 20,95%.
As Bolsas perderam o rumo por vários fatores. O mais importante é que o cenário em que apostavam os investidores, e que sustentou o processo altista nos últimos meses, não se confirmou.
Internamente, fracassou a revisão constitucional, foi interrompido o processo de privatizações e continua liderando as pesquisas eleitorais o candidato petista.
Externamente, o Banco Central dos EUA elevou as taxas de juros e gerou um acentuado movimento de repatriação de capital.
Este movimento provocou queda em cascata dos mercados acionários em todo mundo.
A queda nas Bolsas brasileiras foi ainda acentuada por um problema específico.
Muitos investidores locais apostavam que, com o Plano FHC, aumentasse a entrada de recursos para as Bolsas. Compraram ações para vender ao estrangeiro, que acabou não vindo.
(JCO)

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