São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Casamento surpreende suposta filha

MARCUS FERNANDES
DA SUCURSAL DE SANTOS

Aguardando o final do processo de reconhecimento de paternidade que move contra Pelé, Sandra Regina Machado, 29, disse na quinta-feira, em Santos, ter ficado surpresa com o casamento do ex-jogador com Assíria Lemos.

Folha - O que você acha do casamento de Pelé?
Sandra Regina Machado - Acho que ele enfim criou juízo.
Folha - Por quê?
Sandra Regina - Meu pai sempre foi mulherengo. Ela deve ser muito especial.
Folha - Você conhece Assíria?
Sandra Regina - Não. Não tenho contato com a família do meu pai. Não o vejo desde novembro, quando me chamou para uma conversa. Não foi um bom começo. Ele me propôs gravar um vídeo onde eu dissesse que entre nós não havia conflito. Não aceitei.
Era época de eleições e o meu pai apoiava um candidato a prefeito (Viscente Cascione - PPR) em Santos. Acho que ele não queria complicações. Meu pai escorrega tanto quanto um peixe ensaboado.
Folha - Você tem mágoa dele?
Sandra Regina - Não, apesar dos pesares ele é meu pai. Tem coisas que ele fala que me chateiam. Li que ele disse que eu nunca poderia esperar o mesmo carinho que ele dispensa para os três filhos. Ora, isso eu já sabia.
Folha - Ele disse que pretende assumir legalmente a filha dela.
Sandra Regina - Se ele tem boa vontade em assumir um filho de outro homem, deveria ser coerente e assumir que sou filha dele.
Folha - Que provas você tem para dizer que ele é seu pai?
Sandra Regina - Entrei com processo em maio de 91. Em novembro de 92 fiz um exame de DNA (informação genética passada de pai para filho). As chances de ser filha dele são de 99,99%.
Folha - Você se acha parecida com Pelé?
Sandra Regina - As pessoas que eu atendo na loja onde trabalho, mesmo não sabendo da história, dizem que sou parecida.
Um dia, a Hortência (jogadora de basquete) veio na loja e disse que eu era muito parecida com ele. Folha - Por que foi à Justiça?
Sandra Regina - Há uns três anos, eu fui na casa dele. Ele mandou a governanta dizer que era para eu provar na Justiça o que dizia. Não quero dinheiro. Mas, do que eu tiver direito, não abro mão.

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