São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Centro devolve animais à natureza

PAULO YAFUSSO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) do Mato Grosso do Sul reintroduziu no habitat natural nos últimos seis anos 63% dos 2.200 animais que atendeu no período.
O centro é uma espécie de "hospital", onde os animais nativos apreendidos pela Polícia Florestal são tratados, com o objetivo de devolvê-los à natureza.
Segundo ela, depois de tratados, 7% dos 2.200 animais foram encaminhados para zoológicos e 3% para entidades de pesquisa.
Morreram 27%, principalmente em virtude de terem chegado ao centro em estado grave.
Assim como as pessoas que buscam os hospitais, os animais quando chegam ao Cras passam por uma triagem. São checadas a procedência e as condições de saúde.
A secretária estadual de Meio Ambiente, Emiko Kawakami de Resende, disse que a reintrodução ao ambiente natural de alguns animais –como o macaco, por exemplo– é mais demorada.
No caso dos macacos, é preciso primeiro formar um bando, já que alguns tipos só andam em grupos.
Segundo Sandra Dambrós, o macaco sagui não aceita mais de um macho adulto em cada turma. Já o macaco-prego convive normalmente em bandos com mais de um macho.
No Cras é possível realizar pequenas cirurgias. O centro dispõe ainda de um biotério (criatório de roedores e insetos que servem de alimentos para os "pacientes" em tratamento).
A fim de que os animais readquiram seus instintos naturais, o alimento é colocado nos locais onde estão em tratamento sem que eles percebam.
São criados principalmente camundongos, baratas e grilos. Os grilos e baratas abastecem macacos e aves com proteína. O camundongo é dado como comida para serpentes e lobinhos.
A maioria dos "pacientes" do Cras são aves, como papagaios e araras, as preferidas dos contrabandistas de animais silvestres.
O Cras é mantido pelo governo estadual, pelo Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e tem convênio com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
A secretária Emiko Kawakami não informou o total mensal das despesas do "hospital".
Além da bióloga Sandra Dambrós, trabalham no centro uma zootecnista, uma médica veterinária e mais seis funcionários de apoio.
Reserva ecológicaO centro funciona na reserva ecológica do Parque dos Poderes, com 134 hectares de mata nativa e a pouco mais de oito quilômetros do centro de Campo Grande.

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