São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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MS terá sua 1ª fábrica de reciclagem de papel

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A primeira fábrica de reciclagem de papel para produção de papelão rígido de Mato Grosso do Sul começa a funcionar em junho.
Todos os equipamentos da fábrica foram produzidos no próprio Estado, por meio de adaptações de produtos existentes no mercado.
Segundo ele, foram gastos diretamente na fabricação desses equipamentos cerca de US$ 50 mil (o equivalente ao preço de dois carros Ômega GL).
O gerente da agência Júlio de Castilho do Banco do Brasil, Pedro da Conceição, informou que, para liberar o financiamento, foram analisados a viabilidade econômica e os reflexos ambientais e sociais do empreendimento.
Parte do papel a ser reciclado será comprado de catadores (pessoas que vivem do recolhimento e venda de papéis jogados no lixo).
Se fosse comprar as máquinas prontas, o economista calcula que teria de gastar cerca de US$ 2 milhões, quantia suficiente para comprar quatro carros Rolls-Royce conversíveis.
Vecchi explicou que, nesse caso, o custo do investimento seria alto devido à complexidade e ao porte das máquinas.
Equipamentos desse tipo, segundo ele, são destinados a atender a demanda de grandes centros, enquanto seu projeto está voltado para o mercado regional.
Pelo método convencional, até o prédio teria de ser adaptado para receber as máquinas.
Vecchi diz que as máquinas foram fabricadas em sistema de terceirização.
Cada peça foi feita por profissionais especializados, como torneiros, metalúrgicos e marceneiros de empresas de Campo Grande.
Entre as máquinas projetadas por Vecchi estão a fragmentadora, a mesa formatadora, a compactadora, a guilhotina e a calandra.
A fragmentadora corta os papéis a serem reciclados. Na mesa formatadora é feita a dispersão da celulose e são formatadas as placas de papel rígido.
A compactadora tem capacidade de pressão de 250 toneladas. A guilhotina faz as aparas das placas de papelão e a calandra dá a espessura e a textura do produto final.
O projeto demorou dez anos para se concretizar. A previsão de Paulo Roberto Vecchi é de faturar US$ 120 mil no segundo semestre deste ano, com a produção de 150 mil placas de papelão rígido de 80 centímetros por um metro.

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