São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kukok diz que NBA era o 'último desafio'

DAVID DUPREE
DO "USA TODAY"

Kukoc diz que NBA era o 'último desafio'
Croata tenta se adaptar ao jogo do tricampeão Chicago
Toni Kukoc, 25, era conhecido como o melhor jogador de basquete de fora da NBA antes de se tornar um Bull nesta temporada.
Destaque do time olímpico da Croácia e por três vezes eleito o melhor jogador do ano na Europa, o canhoto Kukoc era uma estrela internacional aos 17 anos.
Na NBA, a liga profissional de basquete dos EUA, ele vem tendo dificuldades, mas fez os pontos da vitória em três jogos dos Bulls.
Com 2,11 m de altura, ele joga em quatro posições, mas é um armador natural, dando aos Bulls uma considerável elasticidade.
Kukoc costuma jogar 25 minutos por partida e faz em média 11,5 pontos, 4,0 rebotes, 3,4 assistências e rouba 1,14 bolas.

Pergunta - Você está se sentindo mais confortável no sistema tático dos Bulls agora?
Toni Kukoc - Eu não sei. Quem dera eu soubesse. Algumas vezes sinto que estou bem e no jogo seguinte as coisas ficam muito difíceis. Ainda estou tentando apenas ser mais consistente a cada jogo.
Pergunta - Os Bulls estão utilizando você da mesma maneira que era utilizado na Europa? Você está apto para fazer aqui as mesmas coisas que fazia lá?
Kukoc - O sistema aqui é diferente daquele ao qual eu estava acostumado. Ainda não acontece automaticamente. Os jogadores aqui não pensam. Eles se movem. Eu preciso parar para pensar. Tenho que decidir que caminho tomar e isso ainda não é natural.
Pergunta - É o aspecto mental ou o físico que tem feito esse ajuste tão difícil para você?
Kukoc - Ambos. Já conheço melhor os jogadores e isso ajuda.
Pergunta - Você levantou pesos e ganhou massa muscular. Depois, você perdeu 4,5 kg. É porque você cresceu demais?
Kukoc - Eu ganhei algum peso, mas perdi em velocidade e agilidade. Eu tinha essa agilidade antes e perdi peso para readquiri-la.
Pergunta - Você esperava vir para os Bulls e começar do jeito certo?
Kukoc - Não. Sei que ainda tenho muito a aprender. O jogo aqui é mais duro que na Europa, mas, se eu for bom o suficiente, estarei em quadra. Senão, estarei no banco. O difícil de sair do banco é que, em algumas vezes –no segundo quarto, por exemplo–, eu esfriei tanto que tive dificuldades para fazer as coisas. Tento me ajustar.
Pergunta - Você tem confiança de que ajudará os Bulls nos playoffs (segunda fase da NBA)?
Kukoc - Nunca joguei grandes partidas aqui, como os playoffs, mas fiz jogos importantes na Europa. São similares. Posso fazer crescer meu jogo durante grandes partidas e espero estar apto aqui.
Pergunta - Os Bulls contrataram você em 1990, mas você ficou na Europa até esta temporada. Jogar contra o "Dream Team" em Barcelona teve alguma a coisa a ver com sua decisão de vir para a NBA?
Kukoc - Depois do primeiro jogo na Olimpíada, eu percebi que queria tentar a NBA. Não havia mais desafios para mim na Europa. A NBA era o único que restava.
Pergunta - Você se sente mais pressionado pelo fato de ser um foco de muita atenção e o Chicago ser visado pelos outros times por ser o atual tricampeão?
Kukoc - Há muita pressão, mas é bom. Na Europa era igual. Sempre pertenci a esse tipo de time, do qual se espera que ganhe tudo. Não me importo com a pressão.
Pergunta - Mesmo considerando suas dificuldades, o basquete ainda tem sido tão divertido como quando você era o maior jogador da Europa?
Kukoc - Algumas vezes. E acho que tem ficado cada vez mais.

Texto Anterior: Etapa do Rio conhece hoje seu campeão
Próximo Texto: Bulls iniciam 2ª fase com vitória
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.