São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Carros batem na largada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Além da batida que resultou na morte de Ayrton Senna, o GP de San Marino, em Imola (Itália), teve diversos acidentes, que deixaram quatro torcedores e quatro mecânicos feridos.
Logo na largada, o carro de J.J. Lehto, companheiro de Michael Schumacher na Benetton, ficou parado. O piloto português Pedro Lamy não conseguiu desviar e se chocou contra o carro de Lehto.
O carro do piloto português se arrastou, atravessou a pista e se chocou contra o muro de proteção. Lamy abandonou rapidamente o carro, com medo de algum princípio de incêndio.
Nenhum dos pilotos saiu ferido, mas restos dos carros envolvidos no acidente voaram em direção às arquibancadas. Quatro torcedores ficaram feridos.
O acidente obrigou a entrada do "safety car" (carro de segurança), que manteve os pilotos nas mesmas posições em que se encontravam durante as seis primeiras voltas da corrida.
A dez voltas do final da prova, Michele Alboreto, da Minardi, entrou nos boxes para o reabastecimento de combustível e troca de pneus.
Quando voltava à pista, um dos pneus do carro de Alboreto se soltou e seu carro atingiu quatro mecânicos, três da Ferrari e um da Lotus. Um dos mecânicos da equipe italiana ficou bastante ferido.
Os preparativos para o GP de San Marino também foram marcados por acidentes. O primeiro ocorreu na sexta-feira, com o piloto brasileiro Rubens Barrichello.
O piloto perdeu o controle do carro, que bateu na "zebra" (área elevada na lateral da pista) e foi atirado sobre a barreira de pneus.
A Jordan de Barrichello bateu contra a grade de proteção, capotou duas vezes e parou com as rodas para cima.
Barrichello ficou inconsciente e só recuperou os sentidos depois de ser retirado do carro e atendido pelos médicos.
O piloto sofreu apenas uma fratura no nariz e escoriações no braço direito e no rosto. Ele não pôde participar da corrida de ontem por causa do acidente.
Nos treinos de sábado, ocorreu a primeira morte do fim-de-semana. Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, bateu a mais de 314 km/h em um muro de proteção.
O piloto foi atendido no autódromo e recebeu várias massagens cardíacas, para que fosse reanimado. Ratzenberger foi levado para o hospital de Bolonha. Pouco depois a sua morte foi anunciada.
A asa dianteira de seu carro teria se soltado instantes antes, o que teria feito o carro sair da pista.
Por causa do acidente com Ratzenberger, a Williams, a Benetton e a Sauber se retiraram dos treinos. Os pilotos, liderados por Ayrton Senna, decidiram, no sábado, exigir novas normas de segurança a partir desta semana.

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