São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Tráfico é maior babaquice'
ANTONINA LEMOS
"Se envolver com tráfico é a maior babaquice, o que adianta ter dinheiro e não ter liberdade?", considera Anderson, 17, morador de um morro na zona sul carioca. Ele trabalha como auxiliar de creche. "Eu sou honesto, sei que tenho cara de bandido, mas sou trabalhador", diz ele, quando perguntado sobre o movimento no morro. Isso não quer dizer que o movimento da boca, perto da sua casa, tenha passado longe dele. "Eu já cheirei muita cocaína e já queimei muita maconha, mas nunca vendi." Ele diz que conseguia a droga com amigos. Hoje só cheira de vez em quando. "É muito caro, só rico tem dinheiro para isso." Anderson conta que vê muitas coisas "absurdas" na favela, como crianças pequenas já envolvidas com o tráfico. "Esses garotos ainda nem tiraram a fralda e já estão nessa." Ele também já se acostumou com as invasões da polícia ao morro. "É chato, mas vida em favela é assim mesmo." Texto Anterior: Nova geração é mais violenta Próximo Texto: "Bandido é tudo igual" Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |