São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994 |
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Açougue de Manaus vende carne contaminada
ANDRÉ LOZANO
Nos supermercados, 23% do total coletado mostrou-se impróprio para o consumo e nas feiras, 27%. Segundo o levantamento, 23% das amostras dos supermercados e das feiras continham coliformes fecais (bactérias provenientes de fezes). O mesmo ocorreu em 20% do total recolhido nos açougues. A pesquisa começou em agosto de 93. Em cinco meses foram analisadas 50 amostras de 200 g cada, retiradas de estabelecimentos que comercializam carne em Manaus. Segundo a coordenadora da pesquisa, Ângela Líbia Cardoso, o resultado é parcial. Os pesquisadores pretende analisar 100 amostras. Em cada grama de carne, foram encontrados 32 mil coliformes fecais. O índice é considerado alto pela pesquisadora e pelo coordenador de Vigilância Sanitária de Manaus, Homero Miranda Leão Neto. A pesquisa mostrou um alto índice de contaminação por salmonela (microorganismo que causa doenças infecciosas). Nos supermercados, 23% das amostras continham o microorganismo. Ele estava presente em 13% do coletado nas feiras e em 7% dos açougues. Segundo a pesquisadora, a concentração de salmonela pode causar febres tifóide e intérias (gastrointestinais). A portaria 1/87 da Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos (Dinal) exige a ausência de salmonela em 25 gramas do produto. O presidente da Associação Amazonense dos Supermercados, Celso Assayag, disse que "estranha" a contaminação da carne vendida em Manaus. "Os supermercados vendem carnes autorizadas. O serviço de inspeção federal é que deve ser mais atuante." O coordenador de Vigilância Sanitária, Homero Miranda Leão Neto, disse que a principal causa da contaminação é o seu manuseio sem respeito aos padrões mínimos de higiene. Segundo ele, a presença de coliformes indica que o produto foi manipulado sem higiene. "Os comerciantes precisam se conscientizar da importância de se usar equipamentos mínimos de higiene, como luvas", disse. Ele afirmou que, como medida preventiva, as carnes devem ser bem fritas ou assadas antes de consumidas. "Carnes mal preparadas podem não matar possíveis bactérias causadoras de doenças graves", afirmou Homero Neto. A Coordenadoria de Vigilância Santitária solicitou informações sobre a pesquisa à Faculdade de Farmácia para estudar uma proposta de controle sanitário na comercialização de carnes em Manaus. Texto Anterior: Prevenção a drogas começa em colégios Próximo Texto: Escola infantil na Vila Ré é invadida e incendiada Índice |
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