São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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Pedestre embriagado é perigo, diz estudo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA

De Washington
Do total de mortes em acidentes de trânsito nos EUA, 14% são de pedestres. Dessas, 36,2% envolvem pedestres embriagados e 12% motoristas sob o efeito de álcool.
Os números, de um estudo da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), estão sendo usados como argumento em favor de ampla campanha educativa sobre os perigos de andar na rua depois de beber.
Segundo a NHTSA, muito tem sido feito com o objetivo de disseminar a idéia de que não se pode dirigir depois de beber. Mas nada existe em relação aos pedestres alcoolizados.
Em 1992, último ano com estatísticas disponíveis, 5.546 pedestres morreram e 96 mil sofreram ferimentos em acidentes automobilísticos. Dos mortos, 1.727 estavam bêbados.
Zona rural
A pesquisa mostra que há mais acidentes desse tipo na zona rural do que na urbana, em vias com limites mais altos de velocidade para automóveis.
A NHTSA está apelando à comunidade para ajudar a resolver o problema. A entidade International Council on Alcohol já constituiu grupo de trabalho para examinar o assunto e ver o que pode ser feito.
Campanha
Nos EUA, não existe lei sobre pedestres embriagados. Não há definição legal para o termo nem punições previstas para pedestres sob efeito de álcool que provoquem acidentes.
Além de campanhas educativas, que teriam como público-alvo tanto os pedestres quanto os motoristas, a NHTSA também recomenda: diminuição no limite de velocidade em todas as rodovias das zonas rurais e construção de mais passarelas e túneis para pedestres atravessarem vias de trânsito.
Homens
A pesquisa mostra que a maioria dos pedestres vítimas de acidentes de trânsito é de homens, jovens (entre 15 e 24 anos) e com baixo nível de educação formal.
Comparação com estudos similares anteriores demonstra que um pedestre alcoolizado tem 3,6 vezes mais chances de ser atropelado do que um que não tenha tomado nenhum drinque antes de ir para as ruas.

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