São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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Corpo de Senna chega amanhã

FLAVIO GOMES
ENVIADO ESPECIAL A BOLONHA

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>Admiradores choram a morte de Senna no GP de Imola
Crédito Foto: France Presse
Arte: O CAMINHO DO CORPO
Primeira: Chamada
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Observações: COM SUB-RETRANCA
Erramos: 05/05/94
Legenda afirma incorretamente que funcionários do IML de Bolonha (Itália) carregavam o caixão com o corpo de Ayrton Senna. Na foto, o caixão estava vazio.
O corpo de Ayrton Senna deixa esta noite a Itália e deve chegar a São Paulo amanhã de manhã, em um vôo de carreira da Varig que sai de Paris hoje à noite.
Um jatinho levará o corpo de Bolonha (Itália), onde se encontra, à capital francesa. Senna será sepultado em São Paulo, na quinta-feira.
As exigências da legislação italiana impediram que o traslado acontecesse ontem, como queria a família do piloto.
As leis locais obrigam que seja feita uma autópsia (exame do cadáver para determinar a causa da morte) antes da liberação.
Senna morreu anteontem às 18h42 locais, depois de sofrer um grave acidente na sétima volta do GP de San Marino, em Imola, terceira etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1.
A autópsia será feita hoje cedo pelo médico legista Mirco Romanelli, no Instituto Médico Legal de Bolonha, cidade a 35 km de Imola para onde Senna foi levado após a batida com seu Williams, na curva Tamburello, a cerca de 290 km/h.
Ontem pela manhã, o inglês Julian Jakobi, "manager" pessoal de Senna (cuidava dos detalhes contratuais de sua carreira), reconheceu o corpo para que pudessem ser iniciados os procedimentos legais de liberação do corpo.
O embaixador brasileiro em Milão, Orlando Soares Carbonar, e o cônsul José Botafogo Gonçalves se encarregaram de conduzir os trâmites legais.
A idéia inicial era tentar liberar o corpo para embarque ontem à noite.
A Varig desviaria um vôo que sairia de Zurique para Bolonha ou Milão. De lá o avião seguiria para Paris e, depois, São Paulo.
À tarde chegou a informação de que não seria possível antecipar o traslado, por causa da autópsia.
Só depois do trabalho dos legistas serão expedidos o atestado de óbito e o passaporte mortuário que permitem a saída do corpo do país.
O irmão de Ayrton, Leonardo Senna, embarcou ontem à noite para o Brasil.
As últimas providências para o transporte do corpo do piloto serão tomadas pelos diplomatas brasileiros e por amigos da família que estão em Bolonha, como o empresário Antonio Carlos de Almeida Braga e o locutor da TV Globo Galvão Bueno.
Os juízes que decidiram pela realização da autópsia –a família não queria– foram Maurizio Passarini, Francesco Pintor e Pellegrino Ianacone.
O velório de Senna deve acontecer no prédio da Assembléia Legislativa de São Paulo, no Parque do Ibirapuera.
Ontem o circuito Enzo & Dino Ferrari foi interditado pela Justiça italiana e foi aberto um inquérito policial para apurar as razões do acidente que matou o tricampeão mundial.
A Justiça da Itália também pretende tomar depoimentos de pilotos que participaram do Grande Prêmio de San Marino para avaliar se a pista oferecia ou não segurança aos pilotos.
Foi decidida, além disso, a apreensão do Williams de Senna e do Simtek do austríaco Roland Ratzenberger, que morreu em um acidente no treino de sábado.
Elas também serão examinadas na tentativa de determinar as causas dos acidentes.

LEIA MAIS
Sobre a morte de Senna nas págs. 3 a 8

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