São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994 |
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Globo veta referências à campanha eleitoral
ARMANDO ANTENORE
A determinação está em um memorando que a emissora baixou no último dia 11. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, vice-presidente de Operações da Globo, assina o documento –que tem uma página. Pelo menos seis pessoas o receberam: o diretor-geral de programação, Roberto Buzzoni, e os diretores artísticos Carlos Manga, Paulo Ubiratan, Roberto Talma, Walter Lacet e Maurício Sherman. É a primeira vez que a Globo transmite, por escrito, determinações sobre campanhas eleitorais. Em eleições anteriores, a direção da emissora preferia passar apenas recomendações verbais. O memorando do dia 11 dá uma pista sobre as razões que motivaram a mudança de postura. Logo no início do documento, Boni afirma que a Globo está preocupada em se resguardar de eventuais acusações de favorecimento a este ou aquele político. O memorando proíbe, "terminantemente", alusões "à campanha eleitoral ou partidos, bem como entrevistas com candidatos." Também veta qualquer menção visual, "direta ou indireta, a partidos e ideologias políticas". Entre as "referências visuais" que o documento proíbe está "a exibição de siglas partidárias ou emblemas de campanha em camisetas, roupas em geral, botons e cartazes." O memorando determina, ainda, que os participantes de programas ao vivo assinem um termo de compromisso declarando-se informados sobre as restrições. O termo de compromisso deverá deixar claro que a Globo pretende acionar judicialmente todos aqueles que, depois de assiná-lo, não respeitarem as proibições. Eri Johnson Em março de 1993, a Globo rescindiu o contrato do ator Eri Johnson por sua aparição na campanha parlamentarista caracterizado como Reginaldo, personagem da novela "De Corpo e Alma". A Globo não permite que seus atores usem personagens de novelas em campanhas publicitárias ou políticas sem autorização prévia. Na propaganda parlamentarista, Reginaldo afirmava que, se o telespectador achasse boa a situação do país naquele momento, deveria apoiar o presidencialismo. Johnson pediu desculpas à emissora e foi reincorporado à empresa. Texto Anterior: Bromélia; Mirante; Alegoria Próximo Texto: Emissora afastou ator Índice |
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