São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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Blues invade São Paulo em maio

HÉLIO GOMES
DA REDAÇÃO

Maio é o mês do blues em São Paulo. A temporada começa hoje, com show do violonista texano Steve James (leia texto ao lado), no Bourbon Street, e segue até dia 28, última noite do Nescafé & Blues Festival.
Na próxima semana –entre os dias 10 e 13– é a vez do também violonista John Hammond mostrar sua música no Bourbon Street.
Hammond promete trazer a São Paulo o repertório incluído em seu último disco, "Trouble No More", já lançado no Brasil.
O bluesman partiu para a mistura de sonoridades acústicas –sua marca registrada– com a eletricidade de uma banda impecável. A gravadora de Hammond (EMI-Odeon) negocia pelo menos uma data no Rio para Hammond.
Festival
O auge da temporada acontece de 25 a 28, com o Nescafé & Blues Festival, no Palace. A organização ainda não tem definida a programação das quatro noites, mas 13 nomes já estão fechados.
Eles são Robert Cray, Coco Montoya, Eric Burdon & Brian Auger, Loonie Brooks, Otis Clay, Big Time Sarah, Terrance Simien, Mississipi Blues Band, Pappo, Blues Etílicos com Ed Motta e Paulo Moura, Nuno Mindelis, Big Allanbik e Celso Blues Boy.
Os ingressos para cada uma das quatro noites do festival também não têm seus preços fixados pelos organizadores.
A escalação promete satisfazer o gosto dos mais diferentes blueseiros. Os que preferem a predominância de guitarras e de virtuosismo técnico podem se dar por satisfeitos com a presença de Robert Cray e Coco Montoya.
Guitarristas
Cray deve mostrar um show baseado em seu último disco, "Shame + a Sin", lançado no início do ano no Brasil. O bluesman já esteve no Brasil em 88, quando fez três shows no Olympia, em São Paulo.
Além das canções desse disco, Cray deve tocar alguns de seus maiores sucessos, como "Smoking Gun", "Bad Influence" e "Nothin' But a Woman".
Coco Montoya ganhou fama como guitarrista dos lendários Bluesbreakers, banda que acompanha o inglês John Mayall desde o início dos anos 60.
Montoya quase roubou o show de Mayall no Free Jazz de 88. Agora, o guitarrista promete mostrar todo seu talento num show próprio. O norte-americano chega ao país um mês depois dos shows de John Mayall no Palace.
O legítimo blues inglês é representado no festival por Eric Burdon, consagrado líder do grupo The Animals.
Durante toda década de 60, a banda foi uma das mais importantes representantes do estilo em terras britânicas.
Burdon se apresenta há cerca de cinco anos com Brian Auger, fazendo um som que se aproxima mais do blues convencional do que do rhythm'n'blues feito pelo The Animals.
Tradicionais
Os fãs do blues mais tradicional têm tudo para se deliciar com a cantora Big Time Sarah –legítima representante da linhagem de Ella Fitzgerald– e o "zydeco player" Terrance Simien.
O zydeco é a versão norte-americana da sanfona brasileira. O instrumento é um dos mais tradicionais no blues original, ao lado do violão, da gaita e da steel guitar –o violão com corpo de metal, como o National ou o Dobro.
A ala brasileira é representada por Nuno Mindelis –um dos mais talentosos guitarristas do estilo no país–, o veterano guitarrista carioca Celso Blues Boy, os paulistas do grupo Big Allanbik e os cariocas do Blues Etílicos.
Embalados pelo lançamento de seu quinto disco –primeiro pelo selo independente carioca Natasha–, "Salamandra", o Blues Etílicos conta com as participações especiais do cantor Ed Motta e do saxofonista Paulo Moura em seu show.
A novidade da edição de estréia do Nescafé & Blues Festival é a inclusão de duas atrações argentinas. Elas são o grupo Mississipi Blues Band e o cantor Pappo.

Disco: Trouble No More
Artista: John Hammond
Lançamento: EMI-Odeon
Preço: 15 URVs (o CD, em média)
Disco: Salamandra
Grupo: Blues Etílicos
Lançamento: Natasha Records
Preço: 15 URVs (o CD, em média)

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