São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
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Decisão prejudica PMDB

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A denúncia contra o ex-governador Orestes Quércia (SP) deverá levar o PMDB para uma posição defensiva, prejudicando as campanhas para os governos estaduais, Senado e Câmara dos Deputados. Esta é a avaliação de parlamentares do partido.
Os mais radicais, como o senador Gilberto Miranda (AM), defensor da candidatura do senador José Sarney AP) pelo PMDB, pediram ontem a suspensão da prévia do partido, prevista para o dia 15 de maio.
"O presidente do partido (deputado Luiz Henrique) deveria convocar o Conselho Nacional e reavaliar a prévia. Não podemos ir para a eleição com um candidato indiciado no 171 (estelionato)", diz Miranda.
O deputado Odacir Klein (RS) entende que Luiz Henrique não tem poderes para suspender a prévia, mas faz uma sugestão: "O Quércia deveria ter um gesto de grandeza e indicar uma saída. O partido não pode passar toda a campanha dando explicações".
Klein, que defendia a candidatura do deputado Antônio Britto (RS) pelo partido, acha que a candidatura de Quércia trará prejuízos a todos os candidatos aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara.
O deputado Aloísio Vasconcelos (MG) disse que a denúncia "é muito ruim para o partido. Em vez de partirmos para o ataque, vamos ficar na defensiva. Em cada esquina, em vez de pedir votos, vamos te que dar explicações".
Luiz Henrique afirmou ontem que a prévia está mantida. Os últimos detalhes da disputa serão definidos em reunião com os presidentes estaduais do PMDB, amanhã, em Brasília. O ex-governador Roberto Requião (PR) também disputa a prévia.
Nem todos os parlamentares do PMDB admitem prejuízos eleitorais a partir da denúncia contra Quércia. "Nós, pequenos burgueses, nos preocupamos com isso. O povão não lê jornais e faz a sua avaliação de outra maneira", afirmou os enador Ronan Tito (MG).
Para o deputado Lázaro Barbosa (GO), quercista, afirma que "esta denúncia segue o roteiro de outras que estão desmoralizadas. São uma orquestração política contra um candidato que é competitivo".
O líder do PMDB na Câmara, Tarcísio Delgado (MG), não quis se pronunciar sobre a denúncia. Disse que precisa antes conhecer a argumentação da Procuradoria. O líder do governo no Senado, Pedro Simon (RS), adversário de Quércia, também preferiu silenciar.

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