São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Resgate ultrapassa os US$ 100 milhões

NELSON BLECHER; SÉRGIO MALBERGIER
DA REPORTAGEM LOCAL E DE LONDRES

A morte do piloto Ayrton Senna vai gerar, provavelmente, a mais elevada indenização internacional a ser paga em 1994 em consequência de um acidente pessoal.
"Se todos os seguros foram contratados, o montante deve ultrapassar US$ 100 milhões", calcula o advogado e consultor Antonio Penteado Mendonça.
O valor englobaria tanto a apólice pessoal do piloto, quanto a parcela a ser resgatada pela Williams sobre lucros cessantes.
"Com a morte do piloto, os investimentos dos patrocinadores na escuderia terão queda drástica", opina.
Os contratos são cercados de rigoroso sigilo, inclusive para evitar fraudes das seguradoras.
O IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), onde estão registradas operações de grande porte, informou não ter detectado nenhuma relativa ao piloto Ayrton Senna.
Um assessor da Associação das Seguradoras Britânicas disse à Folha que a entidade não tem meios de identificar a empresa responsável pela apólice de Senna.
Também procuradas ontem, em Londres, as escuderias Williams e McLaren se recusaram a prestar informações, alegando que o momento "não era oportuno".
Segundo Mendonça, a família de Senna deverá receber ao redor de US$ 60 milhões. A estimativa foi feita com base no salário do piloto, de aproximadamente US$ 20 milhões em 1993.
O cálculo, de acordo com o padrão norte-americano, estipula que a indenização corresponde a 36 vezes o rendimento mensal.
A família do piloto, segundo o consultor, poderá ainda acionar a Williams caso seja comprovado que a morte ocorreu por falha mecânica.
O Banco Nacional informou que apenas os bens pessoais de Senna estão segurados por empresa do grupo: escritórios comerciais, automóveis e helicóptero.
(NB e SM)

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