São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Valisère celebra em SP a era do desfile-espetáculo
ERIKA PALOMINO
O cenário escolhido foram os jardins da estação Julio Prestes, no centro de São Paulo. Dezenas de metros de tecido vermelho e bege ornavam o salão, com suas trinta colunas e suas palmeiras. Em mais que correta cenografia do artista plástico Mauricio Ianês, a passarela, de trinta metros de comprimento, foi coberta de tecido e por dez quilos de plumas de pena de ganso desfiadas, que caíram também de uma enorme cortina de veludo vermelho. Isso marcava o início do desfile, após a apresentação do grupo de música renascentista. Sim, teve também. À medida que as modelos iam passando, faziam levantar as plumas. E elas tiravam as saias desenhadas pelo estilista Alexandre Herchcovitch para o evento, ao todo 80 peças feitas com tecidos de coleções anteriores da Valisère. As saias –algumas delas chegavam a ter dez camadas– ficavam ali mesmo, no chão, e as meninas tinham que passar por cima delas para seguir em frente. Numa das entradas mais bonitas, a modelo Claudia Molliet, sozinha, num sapato de 23 centímetros de Fernando Pires, tentava chegar ao fim da passarela, em meio às plumas e às roupas. E era emocionante acompanhar esse esforço –a imagem da mulher de nossos tempos, talvez. Assim, a Valisère parte de referências históricas do século 18 para retratar a mulher moderna, em branco, preto, vermelho, marrom, variações em tons claros, de bom gosto, sem a pieguice ou o exagero que se associam às lingeries. Outros méritos: mesmo em lingeries, a maior parte das modelos ficou à vontade, espontâneas em suas representações, com destaque para a ótima fase de Lara Gerin, que abriu o desfile. Tops como Beth Lago, Petê Marchetti, Betty Prado, Paula Mott e Alessandra Berriel deram o ar da graça. O próximo desafio: como superar esse padrão imposto pelo diretor do desfile, o midas Paulo Borges? E como ele mesmo se superar? Texto Anterior: Tatoos e roupas tribais trazem o look étnico a SP Próximo Texto: Na televisão comoção não cura cafonice! Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |