São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Entenda o caso das propinas do jogo do bicho

DA SUCURSAL DO RIO

No dia 30 de março, o Ministério Público e a PM apreenderam, no escritório do bicheiro Castor de Andrade em Bangu, livros-caixa, folhas de papel e cerca de cem disquetes com informações sobre a contabilidade do bicho.
Os livros traziam nomes de políticos, juízes, policiais civis, militares e federais que teriam recebido doações de campanha e propinas dos bicheiros.
Na semana seguinte, o MP começou a divulgar os nomes: o governador Nilo Batista, o prefeito César Maia, o ex-superintendente da PF Édson de Oliveira, e delegados da cúpula da Polícia Civil.
O Tribunal de Justiça abriu procedimento para apurar o envolvimento de cinco juízes citados na lista.
Em 19 abril, o tenente-coronel Walmir Brum, que comandava a investigação, foi exonerado da chefia da PM. Ele foi acusado de vazar informações para imprensa.
O Ministério Público Federal descobriu um documento mostrando que Castor repassou US$ 497,5 mil à Piano International.
O MPF suspeita que Castor enviou ilegalmente esses dólares a um banco na Suíça, através de uma conta da Piano. O MPF quebrou o sigilo das contas da empresa e investiga o caso.
Até agora não foi realizada perícia para comprovar a autenticidade das listas. O procurador Antônio Carlos Biscaia diz que a perícia será realizada em juízo.
Na última segunda-feira, Biscaia denunciou ao TJ 63 pessoas citadas na lista: dois deputados estaduais, um promotor, delegados e policiais civis e cinco bicheiros.
Onze pessoas tiveram a prisão preventiva pedida. O TJ sorteou um relator para apreciar o caso. Hoje, o TJ deve decidir sobre o afastamento dos juízes. O MP ainda vai denunciar à Justiça Militar 64 PMs citados.

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