São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Culpa na morte de Senna divide os pilotos

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos dois dos pilotos de F-1 que foram ao enterro de Ayrton Senna não acreditam que o acidente que o matou no circuito de Imola tenha um culpado.
Para o britânico Johnny Herbert, piloto da Lotus, é prematuro falar em culpa quando as circuntâncias do acidente que vitimou Senna ainda não estão claras.
Ele disse, porém, que não acredita em um culpado. "Foi uma fatalidade", sentenciou sobre a batida e a série de acidentes durante o GP de San Marino.
"Sempre há aspectos de segurança que podem ser melhorados", disse Herbert, que chegou a São Paulo de manhã.
Com ele chegaram também os pilotos Damon Hill e Derek Warwick, e os donos de equipe Ken Tyrrel (Tyrrel) e Peter Collins (Lotus).
O piloto austríaco Gerhard Berger também não acredita que haja um culpado pela morte do seu amigo. Inquirido pela Folha, respondeu com um seco "não".
Com a morte de Senna, Berger se torna o piloto mais experiente em atividade nas equipes de ponta da F-1, o que lhe confere uma posição de liderança.
Além de amigo de Senna, Berger veio ao Brasil como representante da Ferrari.
A opinião de Berger e Herbert se aproxima das declarações dadas no Brasil pelo tricampeão mundial de F-1 Nelson Piquet.
Isso contrasta com a postura adotada por outros pilotos, para quem as novas regras da F-1 (que teriam tornado os carros mais perigosos) e as possíveis falhas na segurança da pista de Imola é que provocaram a morte.
Quem defende isso são pilotos experientes como Alain Prost e Michele Alboreto e novatos como Christian Fittipaldi e Rubens Barrichello.

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