São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Vigilância pode suspender venda de seis marcas de leite

DAS REGIONAIS

A Vigilância Sanitária do Estado ameaça interditar amanhã a venda de leite tipo C das marcas Comevap, Vip, Cooper, Serramar e Parmalat e tipo A, da Itambi, no litoral norte do Estado.
Essas marcas de leite já estão interditadas para a venda em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo).
Segundo o assessor de imprensa do Ersa 29 (Escritório Regional de Saúde), de Caraguatatuba, Fernando Simões, a proibição da venda do leite no litoral deve ser feita hoje, por fiscais da Vigilância.
A interdição foi adotada devido à suspeita de contaminação do produto por chumbo.
O índice de chumbo no leite acima do permitido teria ocorrido depois de uma contaminação de ar, água e animais em um raio de 500 m da fábrica de lingotes de chumbo Faé, em Caçapava (20 km de São José dos Campos).
A empresa foi interditada pela Cetesb em 9 de março.
As empresas negam a contaminação. A Parmalat informou que faz o beneficiamento em Jundiaí e que compra o produto em Minas.
A Itambi suspendeu a venda do produto até que o caso seja esclarecido, segundo Luiz Carlos de Souza, diretor-geral da Granja Itambi.
Souza afirmou que o gado é criado confinado (restrito à área da Itambi) e o leite é embalado em garrafas plásticas produzidas pela própria empresa, tornando remota a possibilidade de contaminação.
Benedito Viera Pereira, presidente da Cooper, afirmou que vai responsabilizar o Estado pelos prejuízos morais e econômicos causados pela interdição.
A Secretaria de Saúde do Estado, órgão ao qual está vinculada a Vigilância Sanitária, não divulgou o índice de contaminação de cada marca interditada.
Segundo a Divisão Nacional de Alimentos, órgão ligado ao Ministério da Saúde, o máximo de chumbo permitido no leite é 0,05 mg de chumbo por litro.
No caso do leite da Cooper, interditado desde sábado, o índice divulgado foi de 0,07 mg e 0,08 mg de chumbo por litro.
A maioria das empresas produtoras do leite interditado informou não ter recebido lauto com resultado da análise que comprovaria a contaminação.

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