São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tim Maia e Benjor levam três prêmios

CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Os cantores Jorge Benjor e Tim Maia foram os principais vencedores do 7º Prêmio Sharp de Música. A cerimônia "black tie" levou cerca de 1.500 pessoas ao Teatro Municipal do Rio, anteontem à noite.
O luto pela morte de Ayrton Senna parece ter afetado tanto o palco como a platéia, além do minuto de silêncio que abriu a noite. No geral, foi uma festa comedida, sem grandes surpresas ou momentos de excitação.
A exceção ficou por conta de Ney Latorraca e Marco Nanini. Na função de mestres-de-cerimônia, os dois atores foram responsáveis por vários sorrisos e gargalhadas.
Entre uma e outra série de prêmios, a dupla apresentou hilariantes "sketches". Latorraca e Nanini satirizaram maestros, cantores líricos, bailarinos e produtores teatrais, com muito deboche.
Depois de Benjor e Tim Maia (que mandou o filho para representá-lo), com três prêmios cada, o pódio das premiações destacou Chico Buarque (outro ausente), Beth Carvalho, Rolando Boldrin e Marco Pereira, todos com dois prêmios cada.
Se esses foram os favoritos do júri, a platéia também não deixou de revelar suas preferências. Aplaudiu em pé as aparições de Rita Lee, Milton Nascimento e Jamelão. Acompanhou com palmas as vinhetas com canções de Tim Maia e Jorge Benjor.
Homenageado desta edição do prêmio, Gilberto Gil fechou, já na madrugada de ontem, o último show. Cantou sete músicas, com arranjos na linha de seu novo show, "Acústico".
Foi um espetáculo repleto de tributos, prejudicado pelos intervalos entre cada número. Começou com os convidados –Paralamas, Nana Caymmi, Lazo, Dionne Warwick, Elba Ramalho, Dominguinhos, Benjor e Caetano Veloso– interpretando canções de Gil.
Depois, foi a vez do baiano retribuir as homenagens. Lembrou "Sampa" (de Caetano), "Chove Chuva" (de Benjor), "A Rita" (de Chico Buarque) e cantou "Ovelha Negra", introduzindo a guitarra de Beto, filho da autora Rita Lee. Sem falar na preciosa "Buda Nagô", sua canção dedicada ao mestre Dorival Caymmi.
Surpresa mesmo foi o número final: Gil e todos seus convidados no palco, cantando e dançando a sertaneja "De Papo Pro Ar". Até o ócio ganhou tributo.

Texto Anterior: Frankie Knuckles vem tocar no Brasil
Próximo Texto: Ramones faz show extra em São Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.