São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Capital de Ruanda vive a sua pior batalha

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A capital de Ruanda foi ontem palco das piores batalhas em um mês de guerra civil, segundo funcionários da ONU no país.
Ao mesmo tempo, a Tanzânia anunciou que o governo e guerrilha ruandeses concordaram com um cessar-fogo a partir de amanhã.
Os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa começaram um ataque anteontem à noite sobre a capital, Kigali. A cidade ficou 24 horas sob bombardeamento e luta nas ruas.
Seis foguetes Katiusha caíram em um mercado no centro da cidade, controlado pelo governo. Segundo as forças da ONU no país, é impossível saber o número de vítimas da batalha de ontem.
Segundo o chanceler da Tanzânia, Joseph Rwegasira, uma comissão do governo de Ruanda assinou no país uma proposta de paz feita por ele.
Os rebeldes se recusaram a sentar na mesma mesa que a comissão e não assinaram. Para eles, isso seria reconhecer que há um governo em Ruanda. Segundo Rwegasira, no entanto, eles aceitaram o cessar-fogo.
O governo, controlado pela etnia hutu (majoritária) e a guerrilha da etnia tutsi lutam desde o dia 6. O atentado que derrubou o avião em que viajava o presidente Juvenal Habyarimana desencadeou conflito que já causou cerca de 200 mil mortos, segundo a ONU.
Falando pela Rádio Ruanda, o primeiro-ministro de Ruanda, Jean Kambanda, convocou os ruandeses a lutar em vez de fugir dos rebeldes. "Armas são a principal prioridade para o governo agora, mesmo que isso impeça a importação normal de bens", disse Kambanda.
Um avião militar de transporte do Canadá foi atingido por um franco-atirador pouco depois de pousar em Kigali. O Hercules C-130 transportava ajuda humanitária para Ruanda e levava refugiados de lá.
Não houve feridos, segundo o Ministério da Defesa do Canadá. O avião voltou para Nairóbi, Quênia.

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