São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Candidato repete crítica

REINALDO AZEVEDO
EDITOR-ADJUNTO DE POLÍTICA

Não é a primeira vez que Fernando Henrique demonstra desprezo pelos partidos políticos.
Respondendo à péssima repercussão da coligação do PSDB com o PFL nas próprias fileiras tucanas, o candidato se disse cansado de "politiquices" e afirmou que a população não estava interessada em partidos, mas na competência dos candidatos.
Essa retórica de aparente feição antipopulista e apelo autocrático tem um símbolo no país: Fernando Collor de Mello, com as consequências de todos conhecidas.
Fernando Henrique parece disposto a ser o novo mártir do irracionalismo da política brasileira, e os que lhe cobram alguma coerência são tidos apenas como fariseus de uma causa antiga.
Foi o próprio professor José Arthur Giannotti, entusiasta da candidatura de FHC e exegeta da coligação com o PFL, quem apelou aos valores da democracia representativa para justificar a aliança.
Como conjugar a tese com o desaforo mais uma vez dirigido aos partidos (e ao próprio partido) é uma questão que vai cobrar dos intelectuais do PSDB uma releitura da política brasileira de difícil conciliação com a tradição democrática.

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