São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Justiça inocenta juiz citado na lista do bicho

NILSON BRANDÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Órgão Especial do TJ (Tribunal de Justiça) do Estado inocentou ontem o juiz Franklin Belford, da 21ª Vara Criminal. Ele era acusado de suposto envolvimento com o jogo do bicho.
O TJ adiou para o dia 16 a análise das "peças" de informações elaboradras pelo relator Gama Malcher, sobre o possível envolvimento de outros quatro magistrados.
O presidente do TJ, Antonio Carlos Amorim, explicou que as peças referentes às investigações preliminares sobre os quatro magistrados não foram votadas "porque não houve tempo".
Ele disse que os magistrados que compõem o órgão "entenderam que outra pessoa teria recebido o dinheiro" indicado na lista apreendida com o nome de Belford ao lado. A lista foi apreendida na fortaleza do bicheiro Castor de Andrade.
O nome do juiz estaria ao lado do nome "Nery" (possível referência ao juiz aposentado Nery Fernandes de Souza), e junto à quantia de US$ 25 mil.
Vinte e um desembargadores votaram a favor de Belford, juiz- titular da 21ª Vara Criminal. Dois desembargadores votaram em favor da abertura de processo, com afastamento do magistrado.
Um deles foi o próprio relator Malcher, "que entendeu que haveria indício" contra Belford, afirmou o presidente do TJ. "A conduta dele (Belford) é elogiável", disse Amorim.
Os cinco juízes estiveram presentes na sessão, que começou às 13h30 e terminou às 17h50. "Que eu sou inocente eu sempre soube", disse Belfort.
Desembargadores ouvidos pela Folha disseram que as situações mais difíceis seriam as dos juízes César Augusto Leite, titular do 3º Tribunal do Júri, e do juiz aposentado Nery Fernandes de Souza.
O órgão é formado pelos 25 desembargadores mais antigos do TJ. Todos estiveram presentes na sessão.
Ontem, o órgão decidiu que o desembargador Raul Quental –relator da denúncia contra os 63 suposto envolvidos com o jogo do bicho– cuidará apenas desse caso, por causa do volume de trabalho prevsito.
O presidente do TJ disse que o relator deverá passar o fim de semana analisando a denúncia, que incluiu oito volumes e "mais de 3.000 páginas".
Segundo o presidente do TJ, Raul Quental já leu atentamente dois dos volumes.

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