São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Sambistas não conseguem voltar da China ao Brasil

Grupo de São Paulo viajou para apresentações em província

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORGAGEM LOCAL

Um grupo de sambistas paulistanos –animado por oito mulatas– fechou em março passado um negócio que parecia ser da China: passagens pagas, US$ 60 mil por 25 shows e a honra de estrelar o primeiro Carnaval em território chinês.
O grupo diz ter recebido apenas um quarto dos dólares e há 15 dias não consegue dinheiro para sair do país. As mulatas abandonaram os biquínis para passar pela censura. Mas os shows foram proibidos após a quarta apresentação pelo Ministério da Cultura.
O convite para a turnê foi feito pela província de Sichuan à Associação Cultural e Esportiva Brasil-China. O consulado em SP providenciou os vistos e traduziu os documentos. O grupo que viajou é formado pelo sambista Thobias, Banda Magia, passistas e destaques.
"Assim que o grupo chegou, as coisas começaram a dar errado", diz Ellen Dastri, assessora do Sinaprem, sindicato que reúne empresas de agenciamento artístico.
O hotel cinco estrelas prometido virou alojamento e as refeições eram típicas da província. "Algumas pessoas passaram mal. Descobriram depois que estavam comendo cachorro."
Liu Zheng Qin, do Consulado da China em São Paulo, disse que "o consulado apenas forneceu os vistos". A versão que o consulado ouviu das autoridades de Sichuam é bem diferente da dos brasileiros.
Segundo Liu, foram "os brasileiros que enganaram os chineses"."Eles ficariam na China de 15 de março a 15 de abril. No dia 4 de abril disseram que iam embora. Receberam US$ 18 mil por nove shows, mas, em vez de voltar ao Brasil, viajaram sem autorização para outra província. Por isso os shows foram cancelados."

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