São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
Texto Anterior | Índice

Cai o ritmo dos reajustes em São Paulo

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os supermercados de São Paulo diminuíram o ritmo dos aumentos. De 26 de abril a 3 de maio a alta foi de 7,98%, contra 10,23% no período imediatamente anterior.
A mesma tendência ocorreu nos hipermercados, onde os aumentos médios ficaram em 8,19% no período, abaixo dos 9,34% da semana anterior.
Apesar da desaceleração na semana, os aumentos acumulados em 30 dias mostram a forte pressão provocada pela chegada da URV nos supermercados.
Os paulistanos pagaram no dia 3 de maio 48% a mais pelos produtos vendidos nos supermercados do que há um mês. Nos hipermercados a evolução acumulada foi de 50,5%.
Estes dados fazem parte de pesquisa semanal de preços do Datafolha. A coleta engloba 96 itens e é feita em 12 supermercados e 12 hipermercados de São Paulo.
A desaceleração média dos preços ocorre devido a efeito sazonal de alguns alimentos, afirma Omar Assaf, da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
A pressão continua, no entanto, nos produtos industrializados, diz Assaf. O aumento se deve à ampliação das compras dos supermercados em URV, o que já atinge pelo menos 80% do total de comercialização.
A Apas está estudando como operacionalizar a permissão do governo para que o comércio fixe seus preços em URV sem o valor equivalente em cruzeiros reais, produto por produto. Assaf diz que um dos problemas será a adaptação das caixas registradoras.
Pelo menos 50% das caixas existentes atualmente não fazem a conversão imediata de URV para cruzeiro real, necessitando do auxílio de outra calculadora.
Assaf diz, ainda, que pode haver confusão na frente do caixa, principalmente por parte dos consumidores menos acostumados a estes cálculos.
A conversão dos preços em URV não provocará corrida aos supermercados logo após o pagamento de salários, prevê Assaf.
Os consumidores que não têm acesso às aplicações financeiras já consomem de 80% a 90% de seu salário logo após recebê-lo, afirmou.
O Datafolha pesquisou também os preços de alimentos básicos no período de 26 de abril a 3 de maio. A alta foi de 6,81%, abaixo dos 7,4% da semana anterior.

Texto Anterior: Índices das Bolsas têm fortes oscilações
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.