São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Justiça decide confiscar dados da Williams

RICARDO SETYON
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS*

O juiz que investiga a morte de Ayrton Senna ordenou o confisco das gravações das conversas por rádio entre Senna e a Williams, durante o GP de San Marino, em Imola, domingo.
O procurador Maurizio Passarino, que também investiga a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger –ocorrida no sábado, durante o segundo treino oficial para o GP–, também pediu o confisco dos dados telemétricos do Williams.
Esses dados são enviados, por rádio, do carro aos computadores da equipe, nos boxes, e contêm informações sobre o desempenho durante a prova.
O procurador Passarini decidiu não ir a Mônaco, no próximo fim-de-semana, para interrogar os pilotos sobre os problemas de segurança em Imola.
O próximo Grande Prêmio da temporada será disputado em Mônaco, no próximo dia 15.
Durante a investigação, no entanto, ele deverá ouvir os seguintes pilotos: o austríaco Gerhard Berger (Ferrari), o alemão Michael Schumacher (Benetton), os italianos Michele Alboreto (Minardi), Andrea de Cesaris (Jordan) e Gianni Morbidelli (Arrows) e o brasileiro Rubens Barrichello (Jordan).
A polícia italiana também confiscou uma fita de vídeo feita por um cinegrafista amador (veja o texto abaixo), que mostra Senna se queixando de problemas no asfalto de Tamburello, durante testes realizados em março.
As duas mortes continuam a ser o assunto principal da imprensa esportiva italiana.
O jornal esportivo de maior circulação na Itália, o "Corriere dello Sport", abriu ao público quatro aparelhos de fax, como parte de uma campanha chamada "Para não esquecer Senna".
Mais de 4.000 fãs enviaram mensagens nos quatro dias da iniciativa.
Vários rumores surgiram na imprensa italiana, como hipotéticas explicações para o acidente. Uma delas, de uma rádio de Bolonha, seria a de que o eixo principal da suspensão dianteira do Williams de Senna já teria pequenas fissuras, antes do acidente.
Itamar
O presidente Itamar Franco afirmou ontem, em Brasília, que está acompanhando com atenção a investigação sobre a morte de Senna.
Itamar disse que ficou muito impressionado na última quarta-feira, durante o velório do piloto, quando Leonardo, irmão de Senna, explicou-lhe os riscos da curva Tamburello, onde o brasileiro bateu.
"Quando Viviane, irmã de Senna, me abraçou e chorou, foi muito difícil para mim", acrescentou o presidente.

*Colaborou RICARDO SETYON, especial para a Folha, de Bolonha

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