São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Aberto processo contra Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>Hillary e Bill Clinton com Rose DeLauro, mãe da deputada Rosa DeLauro, na Casa Branca
Crédito Foto: Associated Press
Observações: COM SUB-RETRANCA
Aberto processo contra Clinton
A ex-funcionária pública Paula Jones, 27, iniciou ontem processo por perdas e danos contra o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Jones acusa Clinton de ter tentado forçá-la a fazer sexo oral quando ele era governador de Arkansas, sudoeste dos Estados Unidos, e ela funcionária pública.
O presidente disse que não vai comentar o assunto para não lhe dar dignidade. "Eu vou voltar ao trabalho", afirmou a jornalistas ontem.
Seu advogado, Robert Bennett, um dos mais famosos de Washington, declarou: "Isso é um lixo. O incidente simplesmente não aconteceu.
"O presidente nega tudo categoricamente. O problema aqui é dinheiro", completou Bennett.
Paula Jones exige na ação que o presidente se desculpe e pague US$ 700 mil em indenização do presidente.
Seu advogado, Joseph Cammarata, afirmou que ela vai doar para instituições de caridade tudo o que ganhar com o caso.
"Este não é um caso sobre dinheiro. É sobre caráter e integridade. É sobre o poderoso tentando obter vantagem do fraco", disse Cammarata.
A primeira-dama Hillary Clinton, entrevistada anteontem à noite pelo jornalista Larry King, na rede de televisão CNN, se limitou a balançar a cabeça negativamente quando perguntada se o caso a irritava ou a aborrecia.
O processo de Jones acusa Clinton de violação de direitos civis, difamação e imposição de sofrimento emocional.
Ela diz que em 8 de maio de 1991, um segurança do então governador a chamou para um encontro com ele num quarto do Hotel Excelsior, em Little Rock, capital do Estado de Arkansas, onde Clinton havia discursado a empresários.
No quarto, segundo seu relato, Clinton pegou sua mão, acriciou-a por debaixo das roupas, baixou calça e cueca e lhe pediu para fazer sexo oral.
Cammarata afirma que sua cliente não teria tornado o caso público se o segurança que a levou ao quarto, Danny Ferguson, não o tivesse contado a uma revista no início deste ano, dizendo que o encontro durara uma hora.
Ferguson também está sendo processado por Jones. Ele não tem feito declarações a respeito do assunto.
A irmã mais velha de Jones, Charlotte Brown, afirmou a emissora de TV, que no dia incidente, Paula lhe disse que "isso vai me render dinheiro".

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