São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Presidente se diz contra mandar tropas ao Haiti

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Clinton se diz contra enviar tropas ao Haiti
O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse ontem ser contrário ao uso de força para tirar os militares do poder no Haiti. "Mas também não serei irresponsável, não vou descartar essa hipótese", afirmou.
Ele declarou ter esperanças de que as novas sanções econômicas contra o Haiti, decididas ontem a pedido dos EUA pelo Conselho de Segurança da ONU, sejam suficientes para derrubar os militares.
Há três anos que o governo dos EUA vem tentando recolocar no poder o presidente deposto do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, usando como únicos recursos pressões diplomáticas e sanções econômicas.
Clinton reconheceu o fracasso dessa política e declarou, no início desta semana, estar estudando outras alternativas, inclusive ação militar.
Os líderes do partido de oposição a Clinton reagiram com indignação diante da possibilidade de envio de tropas dos EUA para o Haiti.
O ex-presidente George Bush, em rara declaração pública, disse que os EUA não podem mais se alinhar com Aristide. Bush acha que o presidente haitiano no exílio é instável e dificulta uma solução diplomática.
Em Washington, o ativista por direitos humanos Randall Robinson, em greve de fome que dura 24 dias para protestar contra a política dos EUA para o Haiti, foi hospitalizado com desidratação.
Robinson se opõe ao que considera falta de determinação de Clinton para retirar os militares do poder e à continuidade da determinação de Bush de interceptar refugiados haitianos e mandá-los de volta a seu país.
Aristide, um ex-sacerdote de tendência socialista, vive em Washington e é apoiado por um grupo de políticos norte-americanos, dos quais o mais conhecido é o deputado Joseph Kennedy, sobrinho do presidente Kennedy.
(CELS)

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