São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Eleitor do PMDB prefere Sarney a Quércia

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

O eleitorado que se diz simpatizante do PMDB prefere o ex-presidente José Sarney ao ex-governador paulista Orestes Quércia.
Esse dado surge com razoável nitidez na mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão presidencial, feita na segunda e terça-feira, e cujos resultados globais foram publicados ontem.
Quando Quércia é listado como o candidato do PMDB, apenas 16% dos simpatizantes do PMDB dão o voto a ele. Mas, quando Sarney aparece, os peemedebistas que votam no ex-presidente são 21%.
Outro dado que revela uma evolução favorável ao ex-presidente é o tópico rejeição. Na pesquisa anterior, 34% dos pesquisados afirmavam que não votariam "jamais" em Sarney. Agora, são 27%, exatamente a mesma porcentagem de rejeição a Quércia.
Esses números específicos dos pré-candidatos do PMDB são importantes quando se considera que o partido será o único a decidir seu candidato por meio de uma prévia, marcada para o dia 15.
Nessa mesma linha de raciocínio, fica evidente que Sarney seria um adversário menos fácil para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um eventual segundo turno, do que Quércia.
As intenções de voto em Lula se distribuem com certa uniformidade por todo o universo de pesquisados. Mas os mais jovens (entre 16 e 24 anos) são os mais numerosos entre os eleitores potenciais do petista: 50% deles cravam Lula, quando a média geral é de 42%.
Lula ganha em todas as faixas de renda e escolaridade, mas sua vitória é mais estreita entre os mais ricos e os de mais escolaridade. No eleitorado que ganha mais de dez salários mínimos, a diferença entre Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cai para 12 pontos percentuais, quando é de 26 pontos no cômputo geral.
Entre os eleitores com formação universitária, a vantagem de Lula é ainda menor (12 pontos).
Em contrapartida, FHC chega a perder de Sarney na faixa até cinco salários mínimos (15% para o ex-presidente e 14% para o "tucano"). Entre os eleitores com no máximo 1º grau de estudo, a vantagem de Sarney é mais expressiva (16% contra 13% de FHC).
O Datafolha é dirigido pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, que têm como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emília de Franco e a estatística Renata Nunes César. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. A coordenação da pesquisa foi de Wilson Aghanatios Chammas, tendo como assistentes Aílton Gobira e Magda Ribeiro. A amostra esteve a cargo de Sandra Dorgan e Paulo Levi.

LEIA MAIS
sobre a pesquisa Datafolha à pág. 1-12

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