São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994 |
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Prost perdeu no penúltimo GP
JOSÉ CARLOS CHAVES
Correndo com chassi McLaren e motor Honda, só um detalhe poderia atrapalhar a conquista do primeiro título: seu companheiro, o então bicampeão Alain Prost. Diferente da rivalidade que mutuamente iriam cultivar no futuro, o relacionamento em 1988 foi cordial e amigável. Prost começou ofuscando o jovem promissor. Das quatro primeiras corridas, venceu três e obteve um segundo lugar. Parecia que a estrela do menino-prodígio se apagara. O brasileiro havia conseguido uma vitória, um segundo lugar e tivera que abandonar duas vezes. Mas Senna reage. Nos próximos sete GPs, impõe seis vitórias e uma segunda colocação. A superioridade de Senna é tanta que, após o GP da Bélgica (11ª prova de um total de 16), Prost admite que o campeonato já está nas mãos do brasileiro, mesmo estando só três pontos atrás na classificação. O mundo da F-1, contudo, é cheio de surpresas. Na Itália, com Prost fora da prova, Senna bate na Williams do francês Jean-Louis Schlesser, que substituía Mansell. Os inimigos disseram que Senna se afobou. Outros culparam o inexperiente Schlesser. De qualquer modo, Senna deixava escapar uma vitória fácil. Fora de ritmo, não consegue bons resultados nos GPs seguintes. É sexto em Portugal e quarto na Espanha. Prost aproveita e salta à frente. O campeonato chega a Suzuka, no Japão, penúltima corrida da temporada. Psicologicamente a vantagem é de Prost, com cinco pontos sobre Senna. Pela matemática, o brasileiro levava vantagem. Só contavam os 11 melhores resultados. O francês computava 6 vitórias e 6 segundos lugares. Senna tinha 7 vitórias, 2 segundos lugares, 1 quarto e 1 sexto lugar. Podia descartar estes dois resultados. Assim, uma vitória de Senna arrematava o título para o brasileiro, independente do resultado do francês no GP da Austrália. Naquele 30 de outubro de 1989, a pista estava úmida. Senna largava na pole. É dado o sinal verde. O motor da McLaren de Senna engasga, tempo suficiente para perder 14 posições. Senna começa, então, a trabalhar na recuperação. Completa a primeira volta em oitavo. Na segunda, adquire o sexto lugar. Na 16ª volta, uma chuva fina surge sobre o autódromo japonês. Todos começam a diminuir o ritmo, inclusive Prost. Senna quase não reduz. Mantém um ritmo alucinante, calculadamente forte. Na 27ª volta, Senna e Prost emparelham numa reta. O público japonês levanta. Prost tenta fechar a passagem. Não consegue. Senna ultrapassa, vence a prova e conquista seu primeiro título na F-1. Texto Anterior: Novato chegou 3 vezes ao pódio Próximo Texto: Piloto vinga Prost e chega ao bi Índice |
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