São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Não é comédia e quer ser nova

NELSON DE SÁ

"Meus Prezados Canalhas", que ninguém se engane com o título, não é mais uma comédia desbragada como tantas, atualmente em cartaz.
É quase um Brecht. Quer ser tão ácida, tão corrosiva quanto um Brecht – o que talvez explique por que os atores passam o tempo todo falando diretamente ao público, como em alguma aula ou coisa assim.
Não é engraçada, não como poderia. A preocupação, o objetivo mesmo, é discutir, questionar. Tem os seus méritos, dos quais o maior está na interpretação de alguns atores, como Othon Bastos e Rogério Fróes, mas parece comprometer-se naquilo que é o seu coração.
"Meus Prezados Canalhas" é uma peça política, mas que ainda vê a política com os olhos de meia década atrás. Sabe muito bem que o muro caiu, sabe que as coisas estão mudando e rapidamente, mas tudo o que faz é ainda com os personagens do passado. É uma peça antiga, querendo ser nova.
Meus Prezados Canalhas. De João Uchôa Cavalcanti Neto, direção de Gracindo Jr. Tuca. R. Monte Alegre, 1.024, Perdizes, zona oeste. Tel. 65-0011. Quinta e sábado: 21h. Domingo: 20h. Ingressos: CR$ 10.000 (quinta), CR$ 12.000 (sexta e domingo) e CR$ 15.000 (sábado).

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