São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994 |
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Safra da cana aquece a economia no interior de SP
LÉLIO PAGIORO
As vendas de caminhões, utilitários, maquinário agrícola e de equipamentos para usinas, destilarias e agroindústrias estão aquecidas. Depois de seis anos sem realizar investimentos de peso, as usinas voltam a renovar suas frotas de caminhão. Duas usinas da região de São José do Rio Preto (451 km ao Noroeste de São Paulo) estão investindo US$ 13,2 milhões (aproximadamente CR$ 18,3 bilhões) na produção de cana-de-açúcar. As usinas estão apostando no aumento da produção previsto para a safra deste ano na região de São José do Rio Preto. A região é a quinta maior produtora de cana-de-acúcar. A primeira é a região de Ribeirão Preto (351 km ao Norte de São Paulo). Segundo a Dira, órgão da da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, a safra deve ter um aumento de 13,7% em relação à colheita do ano passado. A Alcooeste Destilaria, de Fernandópolis (120 km de São José do Rio Preto), vai investir US$ 10 milhões (CR$ 13,9 bilhões) nos próximos dois anos na construção de uma usina de açúcar. Outra empresa que está apostando no açúcar é a Usina Catanduva, localizada em Catanduva (60 km de São José do Rio Preto). Na última semana, a usina investiu US$ 3,2 milhões (CR$ 4,5 bilhões) na compra de 35 caminhões Scania. Segundo o presidente da Alcooeste, Kosuke Arakaki, 65, a empresa produz atualmente 45 milhões de litros de álcool por ano. Arakaki prefere não revelar a previsão de faturamento da empresa para 1994. A colheita de cana-de-açúcar da empresa deve começar na segunda quinzena deste mês. Segundo Arakaki, devem ser colhidas 570 mil toneladas de cana-de-açúcar. Para dar sustentação ao projeto, que prevê uma produção inicial de 250 mil sacas de açúcar, a empresa deve aumentar em cerca de 30% a sua área agrícola. Arakaki diz que a Alcooeste tem 7.000 hectares de cana. A área cultivada de cana na região de Rio Preto é de 112.545 hectares. Segundo o empresário, o número de empregos diretos e indiretos da empresa deve aumentar de 3.000 para cerca de 5.000 nos próximos dois anos. Catanduva A Usina Catanduva investiu US$ 3,2 milhões na compra de 35 caminhões da marca Scania, que vão ser usados no transporte da cana-de-açúcar. A safra da usina, de 2,6 milhões de toneladas de cana-de-açucar, começou a ser colhida na quarta-feira passada. Segundo o diretor-superintendente, Hermelindo de Oliveira, 38, a usina deve produzir 150 milhões de litros de álcool e 2,5 milhões de sacas de açúcar este ano. Ele disse que o faturamento da empresa deve chegar aos US$ 50 milhões (CR$ 69,5 bilhões) em 1994. Segundo Oliveira, a safra de cana-de-açúcar da usina está gerando emprego para 4.500 trabalhadores este ano. A última reposição da frota de veículos da usina aconteceu em 1987. Segundo Luiz Augusto Roma, 36, gerente de vendas da empresa Tarraf e Filhos, de São José do Rio Preto, a venda para a usina foi o maior negócio realizado pela empresa. Ele disse que a frota tem condição de transportar até 60 toneladas de cana-de-açucar por viagem. Cada tonelada custa, em média, US$ 10 (CR$ 13.900). Texto Anterior: A reavaliação dos Rockfeller Próximo Texto: Bens recebidos em doação ficam isentos Índice |
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