São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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Mostra reúne cadernos de 22 artistas

HÉLIO GUIMARÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Exposição: Caderno de Artista
Participantes: Chacrinha, Maria Duschenes, Anita Malfatti, Marco Giannotti, Gabriel García Marquez, Luiz Hermano, Paulo von Poser, Pinky Wainer, José Roberto Aguilar, Dora Longo Bahia, Mário de Andrade, Roberto Piva, José Celso Martinez Corrêa, Antonio Bivar, Fernanda Torres, Francisco Cesar Filho, Marcos Paulo, Gilberto Gil, Rita Lee, Bob Wolfenson, Everton Ballardin, Ana Botafogo
Onde: Livraria Belas Artes (av. Paulista, 2.448, tel. 011/231-5764)
Abertura: hoje, às 20h
Horários: de segunda a sábado, das 9 às 17h, aos domingos e feriados das 14h às 17h; até 31 de maio

A Livraria Belas Artes abre às 20h de hoje a segunda edição da mostra Caderno de Artista, com material recolhido entre 22 artistas, das artes plásticas à televisão.
A exposição reúne cadernos de anotações, livros de viagem e manuscritos de personalidades tão díspares como Chacrinha, Bob Wolfenson e Mário de Andrade.
A primeira edição de Caderno de Artista aconteceu em maio do ano passado, com material recolhido entre 23 artistas.
"Foi uma sucesso tão grande que resolvemos fazer a segunda", diz Teresa Berlinck, curadora da exposição, visitada no ano passado por quase 5 mil pessoas.
Segundo Berlinck este ano a mostra teve uma escolha mais aleátoria que a do ano passado, incluindo também personalidades da TV, ausentes na primeira edição.
Chacrinha, por exemplo, participa com fichas em que estão registradas, à máquina ou em letra manuscrita, algumas "máximas".
O material cedido pela viúva do apresentador, Florinda Barbosa, traz frases como "Com o Telê a seleção vai perder" e "Quem cheira uma vez fica freguês".
Mário de Andrade (1893-1945) também participa da exposição com manuscritos de seu romance "Quatro Pessoas", datados do período 1933-1943.
À margem do texto em caligrafia regular, aparecem anotações como "Impublicável como está, apenas com algumas correções levianas de uma só leitura".
A primeira versão do romance de publicação póstuma inclui outras anotações amargas do autor de "Macunaíma", tais como "Na verdade ainda está tudo péssimo, tudo horrível carecendo muita modificação."
O arquivo do IEB –Instituto de Estudos Brasileiros–, cedeu à exposição os manuscritos de Mário de Andrade e também um texto de Anita Malfatti.
Trata-se de uma conferência da pintora, feita na Pinacoteca do Estado em 1951, com memórias sobre São Paulo na época da "chegada da arte moderna ao Brasil".
Outros cadernos e manuscritos reúnem letras inéditas de Gilberto Gil (leia texto ao lado), desenhos de Dora Longo Bahia e estudos de telas famosas, como a Mona Lisa, feitos por Marco Giannotti.
Anotações prosaicas aparecem em quases todos os cadernos. No de Rita Lee, é possível flagrar um lembrete da cantora e compositora para consertar sua Jaccuzzi.
No caderno de José Celso Martinez Corrêa, com estudos para a montagem do espetáculo "Mistério Gozoso à Moda de Ópera", indicações cênicas convivem com uma foto de Wando, o cantor.

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