São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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NE importa fungo para conter gafanhoto

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Técnicos do Ministério da Agricultura estão testando na Paraíba, Rio Grande do Norte, Goiás e Mato Grosso uma forma de controle biológico de gafanhotos por meio de fungos importados da África.
A praga de gafanhotos atinge o Nordeste desde 85, mas foi somente em 94 que a ação dos insetos passou a ter efeito devastador.
As principais regiões afetadas são as áreas da zona da mata da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Já foram destruídos 120 mil hectares de plantações, principalmente cana, nos três Estados. A área corresponde a aproximadamente 6,5 vezes o tamanho de João Pessoa, capital da Paraíba.
As pesquisas para controlar os gafanhotos estão sendo desenvolvidas no Centro Nacional de Recursos Genéticos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Brasília.
Os fungos importados são aplicados na lavoura, causam a doença e matam os gafanhotos. Os fungos não prejudicam a plantação.
Os técnicos também estão multiplicando um outro tipo de fungo, isolado no MT. Nos primeiros testes, os gafanhotos foram dizimados. Esse fungo será testado até o final de maio na Paraíba.
Gilson Cosenza, coordenador do Programa Nacional de Controle do Gafanhoto, do Ministério da Agricultura, informa que os gafanhotos avançam em direção a Alagoas e Sergipe.
Em março, o governo federal liberou CR$ 120 milhões para a compra de inseticida. A primeira remessa, de 11 mil litros, chegou há duas semanas a João Pessoa.
O Ministério da Agricultura solicitou a liberação de CR$ 500 milhões para a compra de mais 30 mil litros de inseticida.
Consenza afirma que o objetivo do Ministério é destruir a segunda geração de gafanhotos, que deve coincidir com a brotação dos plantios de cana na PB, RN e PE.
Grandes fazendeiros e usineiros locais estão usando, por conta própria, helicópteros e ultraleves para pulverizar suas plantações.

LEIA MAIS:
Sobre gafanhotos na pág. 6-3

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