São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Denunciados 45 oficiais da PM por corrupção

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público denunciou ontem à Auditoria Militar, por corrupção passiva, 45 oficiais da PM (Polícia Militar) citados nos livros-caixa apreendidos na fortaleza do bicheiro Castor de Andrade, em Bangu.
Seis coronéis, cinco tenentes-coronéis, 11 majores, 20 capitães e 3 tenentes foram incluídos na denúncia. O documento do MP reproduz quanto cada um recebeu, em que época, e que cargos os militares ocupavam.
A denúncia acusa todos os PMs de receber "PP fixo" -pagamentos fixos mensais.
Um dos coronéis denunciados é Adilson Fernandes, hoje assessor do gabinete do comandante da PM, Carlos Cerqueira.
Fernandes aparece seis vezes nos livros. Ele teria recebido propinas quando era comandante do 19º Batalhão da PM.
Os coronéis Mathusalém Padilha, Sérgio Arouca e Eduardo Lois Blanco -que aparecem 17 vezes na lista- e Anane de Andrade Santos, que aparece 14 vezes, também foram denunciados.
Todos ocupavam cargos na cúpula da PM na época em que são acusados de receber propinas dos bicheiros. Hoje os coronéis estão na reserva da PM.
Padilha teria recebido propinas quando era comandante do CPI (Comando de Policiamento do Interior). Arouca e Santos, de acordo com a denúncia, estavam no CPI e no CPC (Comando de Policiamento da Capital).
Blanco era da Chefia da PM. A denúncia enumera doações de propinas que ele teria recebido, entre dezembro de 1990 e maio de 1991.
O último coronel denunciado é Airton Quaresma. Ele aparece cinco vezes na lista, de maio a setembro de 93, época em que comandava o 23º Batalhão. Quaresma também está na reserva.
O 14º Batalhão (Bangu) é o que tem mais oficiais denunciados: 16. Segundo o MP, o comandante do 14º, coronel Gentil Pitta, um tenente-coronel, 13 capitães e um tenente recebiam propinas dos bicheiros.
Também foram denunciados oficiais do 6º (Tijuca), do 9º (Rocha Miranda), do 18º (Jacarepaguá), do 19º (Copacabana) e do 23º (Leblon) Batalhões da Polícia Militar.

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