São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Pré-datados começam a sumir

EDUARDO BELO
DA REPORTAGEM LOCAL

O uso de cheques pré-datados está caindo, às vésperas da introdução do real. Em abril a emissão foi 18,76% menor que em a no mesmo mês de 1993, segundo a empresa Goodcheck.
A avaliação corrente no comércio de São Paulo é que os pré-datados vão praticamente desaparecer daqui para o mês que vem. Mas devem voltar com a nova moeda.
Ninguém quer correr o risco de emitir ou receber um cheque que só poderia ser descontado depois da troca de moeda.
Cheques em cruzeiros reais perdem a validade a partir de 1º de julho, quando o real entra em vigor.
O crediário em URV tem sido a alternativa mais usual. Ainda assim, os comerciantes temem queda nas vendas nesses dois meses.
Depois que o real se consolidar, o pré-datado resurge com força, diz André Muraro, diretor regional da Goodcheck em São Paulo.
As medidas para conter o consumo (como juros altos) prometidas pelo governo garantem a sobrevivência do cheque pré, argumenta.
Para Marcel Soliemo, economista da Associação Comercial de São Paulo, "o pré-datado vai se circunscrever à data limite" de entrada em vigor do real.
Segundo ele, o uso de cheques de modo geral deve cair nessa fase de transição. Depois normaliza.
A redução já começou. Segundo a Goodcheck, a queda nas consultas de todos os cheques foi de 21% em abril. Mesmo assim, a sobrevivência do pré-datado é uma unanimidade no comércio.
"É uma invenção nacional que não vai acabar nunca", diz Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de São Paulo.

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