São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Ex-piloto propõe greve em Mônaco

DAS AGÊNCIAS INTERNACIOANAIS

Os organizadores do GP de Mônaco de F-1, a ser disputado no próximo domingo, confiam no sucesso do evento apesar da proposta de uma greve de pilotos feita por Clay Regazzoni.
O ex-piloto suíço foi um dos que mais se manifestaram insatisfeitos nos bastidores da categoria com as medidas de segurança adotadas para a corrida.
Os organizadores do GP de Mônaco afirmaram que as exigências feitas pelos pilotos foram aceitas para tornar o circuito mais seguro, uma das consequências do trágico GP de San Marino, no qual morreram o brasileiro Ayrton Senna e o austríaco Roland Ratzenberger.
Regazzoni sugeriu aos pilotos que boicotem o GP como protesto pelas novas medidas de segurança adotadas pela FIA (Federação Internacional de Autombilismo), na sua opinião, insuficientes.
Os organizadores estão tão confiantes no sucesso da corrida, que acreditam até na participação do austríaco Gerhard Berger, que anuncia hoje em Monte Carlo se continua a correr profissionalmente (leia texto ao lado).
Regazzoni criticou as duas chicanes colocadas na entrada e saídas dos boxes, duas estreitas curvas em formato de "S", delineadas por pilhas de pneus envoltos por plástico branco e vermelho.
As chicanes obrigarão os pilotos a reduzirem muito a velocidade, com risco de deixar a pista bloqueada, segundo o ex-piloto.
"De uns 100 km/h, será necessário reduzir para 30 a 40 km/h, mas estamos seguros de que os pilotos não terão dificuldades", disse Pierre Berenguer, do Automóvel Clube de Mônaco, responsável pela corrida.
A velocidade de entrada e saída de ambas chicanes será controlada também por sensores eletrônicos, instalados ontem. Na saída, também, foi instalado um semáforo.
O aparelho, eventualmente, alertará o piloto para freiar quando estiver circulando pelo local, cuja velocidade máxima seria fixada em 40 km/h.
Outra medida será a instalação de uma grande flecha luminosa que assinalará o reingresso de carros na pista.
Assim, os carros que estão passando, num dos trechos mais velozes do circuito, saberão que devem encostar para a esquerda, evitando os que saem dos boxes.
Berenguer não descartou adotar novas medidas, após os treinos livres de amanhã, a pedido dos próprios pilotos, o que não aconteceu de modo algum em Imola, quando Senna foi advertido só por querer inspecionar o local do acidente de Ratzenberger.
Hoje acontece uma missa pela memória dos dois pilotos mortos, na catedral monegasca. Outra homenagem será feira no domingo, quando o primeiro e segundo postos do grid estarão vazios.
Quanto à segurança do público, os organizadores desmontaram as tribunas que ficam em cima dos boxes, transferidas para o prédio do Corpo de Bombeiros.
Os mecânicos serão proibidos de permanecer expostos nos boxes quando o carro em manobra não for o da sua própria escuderia.
Além disso, o presidente do Automóvel Clube, Michel Boeri, anunciou que o ingresso dos carros nos boxes deverá ser anunciado antecipademante e, caso duas ou três equipes queiram fazê-lo ao mesmo tempo, haverá um sorteio.
"Em muitos pontos levantamos redes metálicas e os guard-rails, das zonas mais perigosas, foram envolvidos por um plástico grosso, parcialmente cheio de água. Em caso de impacto, poderão absorver muito mais elasticamente o choque", explicou Boeri.

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