São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Teste na Unicamp reprova estabilizadores

RODOLFO LUCENA

De 11 aparelhos, só dois são considerados satisfatórios, mantendo estável a tensão elétrica que chega ao micro
Da Reportagem Local
A Faculdade de Energia Elétrica da Unicamp testou 11 estabilizadores disponíveis no mercado. Apenas dois tiveram desempenho considerado satisfatório (veja quadro ao lado).
Seis foram regulares e três, insatisfatórios, não respeitando sequer as especificações fornecidas pelos próprios fabricantes.
Os estabilizadores têm a função de manter em um mesmo nível a tensão elétrica (voltagem) que chega aos equipamentos protegidos –sempre 110 volts, por exemplo.
Se seu micro, fabricado para funcionar em 110V, recebe de repente, ainda que por poucos segundos, uma tensão elétrica mais alta, pode haver perda de dados e até queima de componentes. É como uma lâmpada de 110V, que queima se a tensão for de 220V.
A tensão elétrica deveria ser sempre de 110 volts (ou 127V, ou 220V, conforme a região e a fornecedora de energia). Mas a quantidade de equipamentos ligados à rede, a qualidade da fiação e outros fatores provocam variações.
A idéia dos testes surgiu no ano passado, quando foram instalados na faculdade novos computadores Sun, que são especialmente sensíveis à variação da tensão elétrica.
"O ideal é que eles não recebam variação de tensão maior que 3%", diz José Pissolato Filho, chefe do Laboratório de Alta Tensão da Unicamp, onde foram feitos os testes. Se funcionam com 110V, podem receber voltagem de cerca de 106V a 113V.
Por isso, além do estabilizador central, que serve todo o prédio da faculdade, decidiram que era bom ter estabilizadores para cada computador (ou computador mais impressora e outros periféricos).
Foram comprados 11 estabilizadores no mercado, custando de US$ 20 a US$ 50. Os equipamentos deveriam atender uma carga (consumo de energia dos equipamentos protegidos) de 800 W.
O objetivo dos testes era verificar se os estabilizadores funcionavam de acordo com as especificações fornecidas pelos fabricantes.
Os testes foram realizados ao longo de três meses, no segundo semestre do ano passado.
O "relatório de domínio público" com as conclusões tem data de 17 de dezembro.
Segundo o relatório, "com ressalva de algumas marcas, de modo geral ficou comprovada a baixa qualidade da maior parte dos equipamentos analisados".
O estabilizador Smart S-800, da Intec, parou de regular a energia quando foi simulada a queima de um fusível. Além disso, a luz que indica o funcionamento do aparelho não acusou a irregularidade. O mesmo aconteceu com o aparelho da Metron.
Os testes com o Power Supply, da Echo, foram interrompidos, porque não havia especificações técnicas e o aparelho estava totalmente desregulado. Três resistências do Stabline 800, da BMI, se romperam, ocorrendo fagulhas.
Até agora, a faculdade não comprou os estabilizadores que precisava.

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