São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Zulus rivais se unem para comemorar posse

DA "REUTER"

Após dez anos de combates de motivação política que deixaram mais de 10 mil mortos, a Província de KwaZulu-Natal, leste da África do Sul, teve um dia de festa.
As comemorações pela posse de Nelson Mandela como primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul reuniram os zulus do Inkatha e seus rivais do Congresso Nacional Africano.
"Todo este povo do Inkatha está contente. Não temos medo de Mandela ser presidente. (O líder do Inkatha Mangosuthu) Buthelezi também está lá (no Parlamento)", disse um idoso no bairro de Bhambayi, perto de Durban.
"Os enfrentamentos entre o CNA e o Inkatha Partido da Liberdade está declinando aos poucos", disse o porta-voz da polícia, tenente Hamilton Ngidi.
No assentamento de Machiza, um grupo se espremeu em uma pequena casa de telhado fino para assistir à cerimônia de posse.
"Hoje é mais que necessário, estou tão feliz que quero subir no poste e gritar", disse Thembinkosi Mthebu.
Mesmo em duas das bases de apoio do Inkatha e palcos frequentes de combates políticos, Richmond Farm e Lindelani, a população lotou as casas para assisitir à cerimônia.
"Eu não sei porque estávamos brigando, mas podemos ir a Richmond Farm agora e não vai haver problema", disse Nicolas Sibiya, morador de Machiza.
A poucos quilômetros dali, na escola John Dube –nome do presidente fundador do CNA e onde Mandela votou–, os sul-africanos assitiam à TV eufóricos.
"Estou muito feliz porque eu era o número 18 na fila atrás de Mandela", afirmou Ephrahim Mbambo.
"Estamos livres agora e estes conflitos vão acabar. Nós vimos que Buthelezi estava sorrindo quando Mandela se tornou presidente. Todos estavam felizes. Havia paz no Parlamento", disse Mbambo.

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