São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Dos EUA, Lula pede prudência a grevistas

DOS EUA, LULA PEDE PRUDÊNCIA A GREVISTAS

Congressistas criticam intervenção do Exército na PF e avaliam que presidente Itamar Franco foi precipitado
Ao chegar ao prédio da Organização dos Estados Americanos, em Washington, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, foi informado sobre a invasão da PF pelo Exército.
Ligou para o vice-líder de seu partido na Câmara, Jacques Wagner (BA), e pediu a ele que formasse uma comissão para falar com os grevistas.~
"Uma greve, que poderia ser normal, que é direito de todos os trabalhadores, não pode ser usada como pretexto para ocupações militares", afirmou Lula.~
"Não podemos praticar imprudências que justifiquem novas conversas sobre fujimorização", disse também o candidato petista.~
CongressoPara deputados e senadores, o presidente Itamar Franco "se precipitou" ao tomar a decisão.
Na Câmara, o deputado José Luiz Clerot (PMDB-PB) usou a tribuna para criticar o presidente: "É uma extravagância, não precisava apelar para o Exército".
O ex-ministro da Justiça do governo Sarney, Fernando Lyra (PSB- PE), achou a medida "desproposital. Mostra incompetência em resolver o problema. Feliz ou infelizmente, a greve é um direito constitucional", disse.
O próprio ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), apesar de evitar falar sobre o assunto, comentou que a presença de tanques na Esplanada "não é coisa boa de se ver".
O senador Maurício Corrêa, ex-ministro da Justiça de Itamar, se declarou "constrangido" de comentar o caso, mas disse não saber "se todos os meios de composição foram exauridos" antes de o governo tomar a decisão.
A deputada Sandra Starling (PT-MG) enviou um telegrama ao presidente Itamar manifestando sua "decepção".
"Sinto-me envergonhada de que tenha sido V.Exa. quem determinou que tropas e tanques ocupassem a Praça dos Três Poderes. Lembro-lhe que foi em nome da democracia que o elegemos senador", diz o telegrama.

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