São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994 |
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Tanques nas ruas
NELSON DE SÁ
Clima que só fez piorar, no fim da tarde, com as manobras de um agrupamento de helicópteros em plena praça dos Três Poderes, em imagem do SBT. Também de assustar foi a madrugada anterior, na Globo. Entrou um plantão cortando o filme ao meio, com a imagem da tomada de um dos prédios da Polícia Federal por soldados do Exército, em camuflagem, com jipes, metralhadoras. Itamar Começou tudo de madrugada, no escuro, sem ninguém esperar. Foi Itamar Franco quem mandou. Ontem, de dia, ele deu-se conta do exagero e saiu para uma entrevista em que apresentou a justificativa. Em transmissão da rádio CBN, com declarações depois reproduzidas na televisão, o presidente deu a desculpa de que o diretor da PF, seu amigo Wilson Romão, havia sido barrado por piquete de agentes. Mais do que razão, acha ele, para jogar "os tanques nas ruas", na expressão da CBN. Questionado sobre o ostensivo "desfile militar", disse que não era com ele, mas "questão de logística, do Exército". Lula Os petistas levaram um belo susto. "É um show de pirotecnia para assustar alguém diante da possibilidade de um governo democrático e popular" foi a reação do presidente da CUT e candidato Jair Meneguelli. Lula falou em "greves", no plural. Por coincidência, ontem mesmo, os grevistas da Polícia Federal baixaram o tom –e os restantes, dos motoristas aos metroviários, acabaram com essa história de fazer greve. Alexandre Garcia Ele andava acabrunhado, nos últimos tempos. Mas em horas assim, com tanques e tudo, sempre recupera as forças e sai passando ordens, como antes. Coisas como "serviço público é para servir o público" ou "o Exército está usando as armas pesadas para desestimular" ou "o Exército não fala, age". Alexandre Garcia é assim. Texto Anterior: Confusão suspende a venda do Lloyd Próximo Texto: BNDES adia privatização da Embraer Índice |
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