São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Jurada presta depoimento sobre beijo dado em réu após absolvição

PRISCILA SÉRVULO
DA AGÊNCIA FOLHA

Juiza dá declarações por beijar réu após absolvição
O juiz Joel Sani Cheva, titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria (RS), ouviu ontem o depoimento da jurada que deu um beijo no réu após a absolvição.
O nome da jurada não está sendo revelado. Segundo o promotor Airton Zanatta, 33, ela está muito abalada e disse que se soubesse da repercussão não teria tomado esta atitude.
O réu Élvio Olivar do Prado Miranda, 21, acusado de tentativa de homicídio, foi absolvido por 4 votos a 3. A defesa alegou que Miranda agiu em legítima defesa.
O promotor pediu a anulação do julgamento alegando que a decisão dos jurados foi contrária às provas que constam no processo e que a jurada não teve comportamento isento para julgar.
Após o julgamento, realizado no último dia 3, a jurada foi vista por Zanatta e outras duas testemunhas parabenizando e dando dois beijos no rosto de Miranda.
Em seu depoimento, ela afirmou não ter parentesco ou amizade com Miranda e declarou que se envolveu com o julgamento.
Segundo o promotor, ela chorou e afirmou estar arrependida. Zanatta disse que a jurada prestou depoimento ao juiz acompanhada do marido. Ela tem cerca de 50 anos.
Zanatta afirmou que o pedido de anulação será julgado pelo TJ do Estado. Antes de o pedido ser encaminhado ao Tribunal, o promotor e a defesa terão oito dias cada um para ficar com o processo.
O promotor alegará os motivos pelos quais pede a anulação e a defesa apresentará a sua posição. O Tribunal deve receber o processo no fim de maio ou início de junho.

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