São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Governo exige que montadoras provem necessidade de elevar preço

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As negociações entre governo e montadoras em torno do repasse para os preços dos automóveis do aumento salarial concedido aos metalúrgicos iniciou ontem em tom de confronto.
"Eles vão ter de provar que merecem o reajuste", afirmou à Folha o assessor especial de preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari.
As montadoras querem autorização para elevar os preços em URV dos carros populares antes da troca da moeda, em 1º de julho.
Segundo o vice-presidente da Autolatina (Volkswagen e Ford), Miguel Jorge, as montadoras querem voltar a praticar o aumento real de 4,9% suspenso dias atrás depois que o presidente Itamar Franco ameaçou retirar a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Segundo Jorge, o governo "descumpriu" o protocolo firmado em abril de 93 ao continuar cobrando a Cofins da indústria e revenda (sobre o preço de venda).
O protocolo fixa em US$ 7.350 preço máximo dos populares, que seria ultrapassado com os aumentos pleiteados pelas montadoras.
A GM e a Fiat não revelaram o percentual de reajuste em URV que pretendem aplicar nos preços.
Segundo o diretor de Assuntos Corporativos da GM, José Carlos Pinheiro Neto, a revisão dos preços máximos dos populares está prevista no protocolo. Uma nova reunião ficou marcada para a próxima semana.
Dallari disse que o abono de 23% concedido pela Fiat aos metalúrgicos –junto com 5,5% de aumento real– não pode ser considerado como custo, nos termos do protocolo.

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