São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994 |
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FIA rebate acusação de irmão de Senna
CLÓVIS ROSSI
"Essa alegação é muito fácil de se fazer e totalmente inverídica", diz o texto da FIA. A resposta está contida em um boletim para a mídia ontem divulgado, na forma de perguntas e respostas a propósito do "após-Imola", a pista em que Senna e o austríaco Roland Ratzenberger morreram. As principais questões respondidas pela FIA são estas: Sobre a mudança de regras como eventual causa dos acidentes: "Não. As mudanças restauraram a tecnologia de suspensão convencional (em vez de ajustada pelo computador). Em 10 dos 12 anos sem acidentes fatais, não havia esses aparelhos eletrônicos." Sobre o maior perigo dos carros sem a suspensão ativa: "(A suspensão convencional) não é perigosa. Ao contrário. Os pilotos estavam reclamando constantemente de que um sistema de suspensão ativa que funcionasse mal poderia ser extremamente perigoso e imprevisível. Senna liderou a campanha contra a suspensão ativa." Por que não havia uma barreira de pneus para absorver o choque: "Porque os pilotos principais nos pediram para não colocá-la. Depois de um número de acidentes naquele ponto, sem ferimentos significativos, os principais pilotos e os peritos da FIA sentiram que a colocação de pneus poderia ser perigosa." Os pilotos reclamaram de Imola antes do GP? "Não. Senna pediu algumas correções na pista, o que foi feito. Ele, então, saiu para a pista, quebrou o recorde da volta e se disse satisfeito." Por que a corrida não foi cancelada após o acidente de Senna? "É habitualmente impossível saber a extensão dos ferimentos em alguém até que ele passe por testes extensivos em um hospital. Isso significaria ou cancelar a corrida, mesmo que o piloto tenha sofrido ferimentos menores, ou aguardar horas para reiniciar a corrida, até que um relatório completo chegue do hospital." Mas Senna estava morto? "Não. Recebeu extensivo tratamento médico durante várias horas. Morreu às 18h40 (13h40 em Brasília), muito depois de a corrida terminar." A F-1 é comandada pelo dinheiro e não pelo esporte ou pela segurança? "Essa alegação é muito fácil de fazer e totalmente inverídica. Mesmo as escuderias mais ricas e os pilotos reconhecem que, sem segurança, não haveria esporte e, sem esporte, não haveria dinheiro." Texto Anterior: William Tanui disputa GP em São Paulo Próximo Texto: Causa não foi esclarecida Índice |
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