São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Presidente do Iêmen faz ameaça a rebeldes que não deixarem o país

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, ameaçou ontem matar seus rivais do sul do país se eles não fugissem.
A capital do norte, Sanaa, foi atacada ontem por um míssil Scud, que matou pelo menos 23 pessoas enquanto dormiam.
Cinco casas foram arrasadas. Outro Scud caiu em Taiz, também no norte.
"Estou pronto a dar instruções ao Ministério da Defesa para interromper os ataques aos rebeldes para que eles possam deixar o país", disse Saleh.
O líder das forças do sul e vice-presidente do país, Ali Salem al-Baidh, afirmou não esperar que a guerra civil vá terminar tão cedo.
Segundo ele, as forças do norte deveriam ter recuado há uma semana, quando começou a guerra civil no país do Oriente Médio.
O norte e o sul foram reunidos há quatro anos para formar um país só: o Iêmen, hoje com 13 milhões de habitantes.
Antes disso, o Iêmen do Norte era alinhado com o Ocidente, enquanto o Iêmen do Sul tinha um governo marxista, sob a esfera de influência da União Soviética.
Saleh acusa seu rival, Baidh, de tentar dividir o país novamente. Ambos governaram o país juntos desde 1990, até que disputas pessoais levaram ao choque entre forças do norte e do sul.
O ataque com os mísseis foi o pior do conflito até agora. "É uma ação covarde", disse um morador sobre os ex-marxistas de Áden (capital do Iêmen, ao Sul).
Os sulistas de Baidh alegam se opor ao estilo despótico de Saleh, que dizem ser um ditador.
"Eles nos impuseram a guerra...e decidiram unilateralmente destruir o Iêmen. Trabalharemos para construir um Iêmen democrático e moderno", disse Baidh.
Segundo o primeiro-ministro em Exercício, Mohammad Said al-Attar, as forças do norte podem retaliar com outros mísseis.
"Não queremos mais vítimas no Iêmen, mas as possibilidades estão abertas", disse.
Segundo informações, os combates prosseguiam, sem vitoriosos, em três localidades ao longo da antiga fronteira entre norte e sul.

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