São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Direita sai do ostracismo

DA "REUTER"

Os herdeiros políticos do ditador fascista Benito Mussolini estão saboreando o fim de 50 anos como párias políticos, confiantes de que os italianos estão bem menos preocupados com sua volta que seus vizinhos europeus.
A presença de cinco ministros neofascistas no gabinete italiano marca a primeira vez que políticos cujas raízes remetem às ditaduras da Segunda Guerra Mundial mantêm poder em um Estado Europeu.
"É o fim da Primeira República (italiana) e do ostracismo ideológico da direita", diz o líder da Aliança Nacional e do Movimento Social Italiano, Gianfranco Fini.
"A legitimidade de um governo vem do voto livre do eleitorado", afirma Fini, o mesmo que, no mês passado, disse que Mussolini foi o maior estadista do século –para voltar atrás das declarações.
Fini, que está fora do governo, diz hoje que "o fascismo morreu em 1945 e a história continua".
Os italianos parecem concordar. Quase 14% deles votaram no partido de Fini.
Pesquisa publicada na semana passada pela revista "Panorama", editada por uma empresa de Berlusconi, indica que 59,5% dos italianos não acreditam que a presença da AN no ministério represente perigo para a democracia.

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