São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Candidato enfrenta obstáculos VALDO CRUZ VALDO CRUZ; INÁCIO MUZZI
Desde o anúncio de sua candidatura, há um mês e meio, FHC vem colecionando problemas que chegaram a colocar sua campanha em crise. Sua primeira tarefa, após a homologação de seu nome para concorrer à sucessão do presidente Itamar Franco, será recuperar o espaço e tempo perdidos. A candidatura do ex-ministro da Fazenda já nasceu com um problema. Ela foi lançada tendo como alicerce um plano de estabilização econômica de data e futuro incertos. Hoje, com o horizonte do plano definido para 1º de julho, FHC tem o desafio de superar até lá impasses gerados pela aliança com o PFL e pela desorganização da campanha. A coligação trouxe problemas para os dois partidos. O PSDB perdeu a sessão baiana, que apoiará Lula, e no PFL surgiram ressentimentos com os vetos tucanos a nomes indicados para vice. Além das divergências entre os aliados, cresce o temor tucano de que o lançamento da candidatura de José Sarney por um partido pequeno possa afastar o apoio dos pefelistas. Pesa ainda o passado político do vice Guilherme Palmeira, senador pelo PFL alagoano. Os tucanos sabem que os adversários irão explorar o período em que Palmeira manteve ligação com o ex-presidente Fernando Collor. O PSDB encontra também dificuldades para montar palanques em onze Estados, onde as alianças locais foram feitas com o PMDB. Até agora, a aliança nacional é repetida em apenas cinco Estados. A cúpula tucana acredita que todos estes problemas se tornarão irrelevantes quando o Plano Real for lançado e a inflação cair. Mas trabalha para que o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, corte de seus planos qualquer medida anticonsumo. Defendida por técnicos da Fazenda, este tipo de medida daria um caráter recessivo ao plano, o que não agrada ao candidato FHC. Ele sabe que isto poderia acabar com o apelo popular do plano, afastando potenciais eleitores. Depois da convenção de hoje, FHC espera afastar imediatamente pelo menos um fantasma que paira sobre sua cabeça, o da desorganização de sua campanha. Os aliados pefelistas reclamam do improviso e da demora nas decisões sobre os rumos a serem dados sua estratégia eleitoral. Dizem que Fernando Henrique já perdeu muito tempo e que agora, depois da convenção, é hora da candidatura começar a decolar. Texto Anterior: OS LÍDERES DA DISSIDÊNCIA DO PSDB Próximo Texto: 'Só é possível o avanço pelo centro' Índice |
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