São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994
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Indefinições levam investidor ao dólar e ressuscitam o ágio

DA REDAÇÃO

O mercado do dólar no paralelo apresentou ágio ontem de 0,05% no início da tarde (12h30). No final da tarde, fechou com deságio (-0,28%). O mercado não apresenta ágio desde 28 de fevereiro (0,12%).
Acontece ágio quando a cotação do dólar no paralelo de venda supera a do dólar comercial de venda. O deságio ocorre na situação contrária.
O mercado está agitado, por causa de indefinições quanto as regras para as aplicações financeiras com a troca da moeda para o real e com a liderança do candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas eleitorais.
Fernando Chadud, diretor do Banco Francês e Brasileiro, diz que o mercado do dólar no paralelo é pequeno. O Banco Central possui reservas internacionais que possibilitam o controle do câmbio e os altos juros desestimulam as aplicações.
Segundo ele, os exportadores já estavam preparados para a possibilidade do câmbio ficar fixo no início do real. Os fechamentos de contratos de câmbio para exportação cresceram 35% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
O presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima), José Carlos de Oliveira, ao comentar as notícias sobre eventual "alongamento" da dívida interna no eventual governo Lula, disse que os bancos são só intermediários e que os prejuízos seriam para os aplicadores finais nos títulos financeiros e fundos de investimento.
Se houvesse um "calote" haveria dificuldade também para a colocação de novos títulos públicos no governo petista, disse Oliveira.
Renê Aduan, diretor da Andima, disse que o volume de negócios no mercado do dólar paralelo é muito pequeno e que as regras das aplicações financeiras estão sendo discutidas com transparência com os bancos privados.

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